Conversando com Nazaré e Adriano Fernandes.
Certa vez conversando com Adriano Fernandes, ele contou que em 1961, quando da fundação do Automóvel Clube da Bahia, a Sra. Henriqueta Catarino se comprometeu a doar um terreno para a construção da sede própria do clube.
O terreno escolhido e que foi proposto para a doação, era localizado na Avenida Oceânica, vizinho ao Posto do Cristo e que hoje pertence ao Ministério da Aeronáutica, tendo havido uma cerimônia com a presença das autoridades da época e o lançamento da pedra fundamental, onde foi enterrada, numa espécie de cápsula do tempo, uma caixa com a cópia da ata de fundação, fotos e objetos diversos ligados ao automobilismo e aos automóveis.
Apesar da grande credibilidade que Adriano tem, (para quem não o conhece, é o mais antigo piloto de corridas da Bahia e o grande mentor das provas do Farol da Barra nos anos 50/60, foi ainda o idealizador do fatídico Km de arranque dos Dendezeiros na Cidade Baixa, diretor técnico da CBA-Confederação Brasileira de Automobilismo, além de ter sido o fundador e comandante da vitoriosa Escuderia AF), de inicio não dei muita importância às informações, principalmente por não ter nada que comprovasse e me permitisse colher dados para fazer uma matéria e poder publicar no blog.
O Posto do Cristo na década de 60, a estradinha que levava ao alto do antigo Morro do Cristo começava onde está estacionada a Rural Willys e a área onde seria a sede do clube ficava mais à esquerda e não aparece na fotografia.
Eduardo Gomes Ribeiro era dono do Posto do Cristo e também diretor do Automóvel Clube.
O assunto já estava meio no esquecimento, quando deparei com uma noticia de jornal da época que falava do episódio com detalhes, contando inclusive que houve uma recepção comemorativa no Posto do Cristo, após a realização de uma corrida no circuito do Farol da Barra.
Jornal A TARDE, edição de segunda feira, 22 de maio de 1961.
O local exato onde a caixa foi enterrada, segundo Adriano fica à margem da subida que dava acesso ao antigo "Morro do Cristo", que atualmente ainda existe, mas está dentro da área pertencente à Aeronáutica.
Quem sabe um dia conseguiremos resgata-la?
Por Mauricio C. Lima
Matéria atualizada e corrigida em 24/01/2019.
Em julho de 1970, o Automóvel Clube de Salvador, com o apoio da TV Itapoã, estava organizando a realização dos 500 Km da Bahia daquele ano e chegou a abrir as inscrições para a prova, conforme atesta a notícia do Jornal Diário de Notícias na edição do dia 27 de Julho de 1970.
A corrida no entanto não chegou a ser realizada com o seu formato original de 500 Km e sendo válida para o Campeonato Brasileiro de Pilotos, por vários fatores como veremos a seguir:
Um dos motivos principais foi a pequena procura pelos pilotos e equipes dos outros estados do país e que se deu em parte pelos altos custos de deslocamento, devido à grande distancia de Salvador para as outras capitais e também pelo baixo valor dos prêmios de largada a serem pagos às equipes participantes.
A reabertura do Autódromo de Interlagos e a inauguração do Autódromo de Tarumã marcada para novembro, além das varias provas realizadas no Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, também já vinham contribuindo de certa forma para diminuir o interesse por circuitos de rua, pelos dirigentes, pelas equipes e principalmente pelos pilotos.
As inscrições para os 500 km que já tinham sido feitas, foram canceladas e a corrida foi reformulada, passando a fazer parte do primeiro Campeonato Baiano de Pilotos.
Lambretta ou Vespa ?
Nos anos 50/60 os "scooters" andavam em alta, todo jovem daquela época queria ter um, mas a partir da década de 60, eles começaram a perder terreno para as motocicletas e ficaram esquecidos por um bom tempo.
No Brasil, as mais conhecidas eram a Lambretta e a Vespa, mas na Europa existiam várias outras marcas que não chegaram por aqui, como Gilera, Piaggio, Casal, Motorino, Velocette e Iso, entre muitas outras.
Algumas fotografias de época, com belas gatas e seus scooters:
Fotografias de Techkvanricos.ml , Blog do Flavio Gomes, Moto Classicas 80.
O penta campeão de Formula1, Juan Manuel Fangio, testando a carretera DKW, da Equipe de competições da fábrica Vemag, no Autódromo de Interlagos, nos anos 60.
Michael Schumacher e a Ferrari F1.
Desejamos a todos, um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações!
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Após muitos estudos e pesquisas, estamos na fase final de elaboração do projeto de recriação do Ford Corcel Bino, um verdadeiro ícone de nosso automobilismo do final dos anos 60 e inicio dos anos 70.
Por ser de mais fácil execução, planejamos a recriação de um dos primeiros exemplares do Bino, que foram montados utilizando o Corcel Coupé 1969.
O belo visual dos primeiros Ford Corcel Bino Coupé em 1969.
O primeiro painel criado pela Bino Sandaco era mais simples, de sobrepor e de fácil colocação, motivo pelo qual o adotaremos em nosso projeto, com instrumentos disponíveis no mercado, (como na fotomontagem abaixo).
O motor também tinha o visual parecido com o motor original do Ford Corcel, salvo pela tampa de válvulas aletada, tampa do reservatório do óleo e da adoção de mais um carburador, porém utilizando o mesmo tipo de mangueiras e o filtro original adaptado.
Além do que foi citado acima e das modificações internas do motor, o escapamento esportivo Kadron ou Gran Prix, as rodas Bino tipo mexerica ou nos dois outros modelos oferecidos pela Bino, o cárter maior em magnésio, os faróis de milha amarelos, a entrada de ar do capo e a colocação dos emblemas Bino, vêm a complementar o projeto básico que iremos adotar!
O super premiado Dodge Brothers do colecionador Jorge Cirne, um dos poucos carros que puderam ficar no interior da praça.
Já é uma tradição da cidade o encontro de automóveis antigos realizado anualmente no mês de dezembro, no Campo Grande em Salvador Bahia.
Bom, pelo menos eu pensava que era, mas parece que a atual administração municipal não pensa assim, tanto que em uma atitude unilateral e desrespeitosa para com um grande segmento da população que curte a história do automóvel, proibiu a colocação dos carros onde tradicionalmente são colocados, que é no interior da praça e cedeu o espaço que já estava comprometido, para a realização de um evento natalino.
Não é a primeira vez que a prefeitura desrespeita o contrato assumido com o clube, anteriormente em 2016 já tinha havido um problema, com um evento que autorizaram no dia da exposição dos carros e em 2017 eles liberaram a área do Campo Grande para shows de samba, com a presença de vários trios elétricos, o que levou uma verdadeira multidão para lá e consequentemente ACABOU com o evento dos carros, pois os proprietários rapidamente retiraram seus veículos com medo até da integridade dos mesmos.
O XI Encontro do Veteran Clube só aconteceu por que os abnegados colecionadores e sócios, insistiram e ocuparam uma rua lateral onde colocaram parte dos carros e mesmo assim chegaram a ser ameaçados de multas pela Transalvador, o órgão municipal fiscalizador do trânsito da cidade.
Em todas as cidades do país onde acontecem encontros de veículos antigos, as prefeituras apoiam, principalmente por ser um evento histórico cultural e que gera receitas para o município, mas parece que a prefeitura de Salvador ainda não descobriu isso, vive do atraso, caminhando na contra mão da história, vide exemplo na degradação a que submete a cidade durante quase três meses, para realizar um modelo falido de Carnaval de blocos de trios, enquanto vai perdendo espaço para outras cidades que optaram por outras formas de fazer a festa.
A atual administração municipal também tem sido um fracasso na gestão de transito da cidade, fazendo intervenções viárias estapafúrdias, que aliadas a obras desnecessárias e conceitualmente erradas, vem infernizando a vida dos cidadãos soteropolitanos.
É lamentável!
Parte dos carros expostos ficaram no calçadão fora da praça e parte na rua lateral ao Hotel da Bahia.
O imponente monumento ao 2 de Julho, data máxima da Bahia, também desrespeitado, foi coberto por uma árvore de natal de gosto duvidoso...
Parte do interior do Campo Grande, onde todos os anos ficavam os veículos.
Mauricio Castro Lima
- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -
Realizamos ontem no WISH Hotel da Bahia, o terceiro encontro dos pilotos veteranos da Bahia, que nos anos 50, 60 e 70, corriam nos circuitos do Farol da Barra e da Avenida Centenário em Salvador Bahia.
Foi uma bela confraternização entre antigos adversários das pistas e ao mesmo tempo, companheiros da mesma paixão pelo automobilismo esportivo.
Alguns faltaram por motivos diversos, mas nada que comprometesse a nossa confraternização, vamos torcer para no próximo encontro conseguirmos reunir toda a "moçada"novamente.
Tivemos também nos prestigiando, a presença dos jornalistas Miguel Brusell e sua esposa Gabriella Simões, Arthur Barros, Pedro Marchesini, Silvio José Marques e do amigo Jorge Cirne, que é o maior colecionador de automóveis antigos da Bahia, acompanhado do presidente da FBVA - Federação Brasileira de Veículos Antigos, Sr. Altair Manoel e do colecionador pernambucano, Miguel Meira de Vasconcelos, que é um grande conhecedor do automobilismo de Pernambuco nos anos 60.
Papo agradável, entre Adriano Fernandes, que foi o primeiro piloto oficial de competições que a Bahia teve, Mauricio Castro Lima e Fred Leal.
José Luiz Moura Lima, Pedro Marchesini e Carlos Alberto Medrado, mais atras o radialista Silvio José Marques, um velho amigo e conhecedor da história do nosso automobilismo.
Ivan Cravo e sua esposa Maria,
Elias Uannus, Euvaldo Pinho e Gil Ferreira.
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- DEPOIMENTO -
Hoje completam dez anos do falecimento do meu querido irmão Alberto de Castro Lima Filho, que foi também ligado ao automobilismo baiano, tendo participado do inicio do kart, nos anos de 65/66 e posteriormente também das provas de Rallye daquela década.
Em 1968, quando começaram as corridas da Avenida Centenário e eu comecei a participar das competições, ele era o meu maior incentivador e era quem comandava o box da minha equipe, sempre atento aos menores detalhes de tudo o que acontecia na pista.
Alberto à esquerda e eu, em uma fotografia dos anos 70.
Em 1965, participando das primeiras corridas de Kart em Ondina.
Em 1967, nas provas de Rallye.
Em 1969, comandando o box da minha Equipe, na Prova Paulo Lanat.
Na fotografia da largada, esta assinalado o meu carro e também ele, em pé ao lado da pista e com a atenção voltada para a bandeirada de partida.
Na fotografia abaixo, também assinalado, Alberto está ao lado do carro durante a arrumação do grid de largada.
Deixo aqui a minha homenagem e as minhas saudades, do bom irmão e do bom amigo que sempre foi.
Fique em paz meu irmão!
Por
Mauricio Castro Lima
Old Races
- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -
Parabéns aos pilotos, dirigentes, patrocinadores, mecânicos, jornalistas e todos aqueles que de alguma maneira participaram das corridas da Barra e Avenida Centenário.
Há 50 anos estávamos escrevendo a história do automobilismo da Bahia!
Old Races
GP de Mônaco de 1957 - Juan Manuel Fangio e a Maserati 250 F.