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terça-feira, 20 de abril de 2021

A História dos carros Elva

 

Anteriormente já publicamos aqui algumas matérias sobre os protótipos Elva de competições e também sobre o Elva GT, que fizeram sucesso no final dos anos 60 e início dos anos 70, principalmente por terem sido construídos por estudantes de engenharia, de forma totalmente artesanal e em uma simples garagem residencial. 

A história começa em 1967, com a ideia surgindo de uma conversa entre Elcio Paiva e Francisco Ribeiro, durante uma disputa com carros de autorama e a inspiração vindo do Ford GT 40 e da Lamborghini P 250, conforme podemos constatar pelas proprias palavras de Chico Ribeiro em um email que nos enviou:  Caro amigo Mauricio,sobrevivente de uma era......Estou te mandando este email para vc completar o seu acervo sobre o ELVA. Este anuncio foi quando fomos convidados pela 4 rodas e a primeira viajem do Elva para SP. O Elva  tem uma historia que começou em cima de um carro de autorama que eu comprei e foi um sucesso, o FORD GT 40. Elcio  com a maluquice falou, vamos construir um carro igual a este, e ai começou a aventura. Paulo Roberto que vc vai ler foi um amigo que acabou sendo contratado pela Ford como estilista e foi para S.P. A primeira cor foi branco, amarelo limão e morreu vermelho. Castrão foi o eletricista e eu o peão de obra juntamente com Elcio. Eu praticamente morava com Elcio pois  tínhamos  BANDA DE MUSICA, OFICINA, KART e etc. Também sou um sobrevivente pois fiz muita maluquice de moto e fusca era craque no pega para o RIO DE JANEIRO ,kkkkk . Fico por aqui aguardando suas noticias , um abraço CHIQUINHO.

Naquela época Elcio além de estudar engenharia, já era um piloto consagrado no Kart, um dos pioneiros da modalidade na Bahia e contou com a ajuda de mais dois amigos além de Chiquinho Ribeiro, Raimundo Castro e Paulo Roberto Sá dos Santos.

No início de tudo em 1968, a difícil confecção da fôrma em arame, para dai fazerem os moldes em gesso para posterior fabricação das carrocerias.

Reportagem na revista Autoesporte em julho de 1968.

Em 1969 o Elva GT ainda estava assim, quando Elcio resolveu produzir algumas carrocerias para equipes de competições baianas.

Em 1968 as corridas de automóveis que haviam parado desde o acidente fatal com o piloto Fernando Scafa, em uma prova de arrancada nos Dendezeiros na Cidade Baixa, voltaram a acontecer no novo circuito da Avenida do Centenário e com isso  surgiram então muitas equipes de corridas e entre elas a Equipe Rácio/Cobape, que foi originária da antiga Equipe Racio de kart, a qual Elcio havia sido um dos fundadores juntamente com Raimundo Castro.

No final de 1969, a equipe Racio/Cobape tinha necessidade de construir um carro mais veloz para as competições, em substituição aos Fuscas que vinha utilizando e encomendou a Elcio a construção do mesmo. Utilizaram os moldes adaptados do GT, sem a capota e montaram em um chassi tubular feito por um polonês chamado Jô, que fabricava Karts. 

O Protótipo ELVA l da Equipe Cobape, no estilo spider, sem capota, foi o primeiro Elva a ficar pronto no início de 1970. Na primeira fotografia da matéria da Tribuna da Bahia acima, ele ainda está no final da construção e abaixo a estreia nas pistas, com o piloto Fred Leal.

Em 1970 mais dois protótipos ELVA foram construidos, um para a Equipe Cravo Bauer e o outro para a equipe RM, sendo que o da Cravo Bauer foi montado no atelier da artista plástico Mario Cravo. 

ELVA ll da Equipe Cravo Bauer, tinha motor Volkswagen com 1800 cc e foi o segundo carro Elva a ficar pronto em 1970.


O ELVA III da equipe RM em construção, na foto Elcio Paiva e Chico Ribeiro, dentro do carro. 

Na sequencia de fotografias abaixo que foram tiradas na rua da garagem de Elcio, no Bairro da Pituba em 1970, temos o ELVA GT ainda inacabado, o Protótipo Elva III em finalização e o Protótipo Elva I da Equipe Cobape que estava sendo  recuperado de prováveis avarias que sofreu nas pistas. 


O Protótipo Elva III da RM, o terceiro a ficar pronto, na sua estreia nas pistas em 1970 com o piloto Roberto Bahia.


Em 1970 a montagem do Elva GT continuou e o mesmo ficou pronto no início de 1971.



Também em 1971, no atelier de Mario Cravo e na Oficina Bauer Motor, mais um Protótipo Elva é montado para a Equipe Cravo Bauer, o Elva IV. 

O Protótipo Elva IV da Equipe Cravo Bauer.

Elcio Paiva com o Elva GT no Farol da Barra em Salvador.


Os quatro protótipos Elva em atividade, de cima para baixo, Elva I, II, III e IV.

NOTÍCIAS E PUBLICAÇÕES DIVERSAS:


MATÉRIA DA REVISTA AUTOESPORTE - 1971








O vitorioso Protótipo Elva II no Ceará, ocasião em que só não venceu por uma parada inesperada nos boxes, já na Avenida Centenário em 1970, obteve uma importante vitória na prova do Norte/Nordeste, pilotado por Ivan Cravo.



É desconhecido o destino do Elva GT e dos protótipos da Equipe Cobape e da Equipe RM, quanto aos dois protótipos da Equipe Cravo Bauer, foram destruídos em um incêndio que aconteceu no atelier do escultor Mario Cravo, onde os mesmos estavam guardados, juntamente com o Fusca e o Lorena GT da equipe.

História dos Elva (PARTE 1):

História dos Elva (PARTE 2):

História dos Elva (PARTE 3):

Os Protótipos Elva:

MATÉRIA REVISADA EM 22/04/2021.

Old Races.blogspot.com
Produzido por MAURICIO DE CASTRO LIMA -  m.castrolima.arq@gmail.com

Material utilizado na matéria: fotos de jornais da época, anotações, fotos e textos do autor, fotos do acervo dos pilotos  Ivan Cravo e Fred Leal , fotos do acervo de Elcio Paiva, fotos e reportagens de revistas diversas.




segunda-feira, 6 de julho de 2020

Opala de corrida


Dois Opalas, uma disputa por posição, quem será que venceu...???

Fotografia compartilhada na Internet, sem indicação de direitos autorais.

oldracesblogspot.com

segunda-feira, 29 de junho de 2020

HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO - 68/69/70

HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO - 1968/1969/1970


Largada das 500 Milhas do Rio de Janeiro em 1968.

Os anos de 1968,1969 e 1970, incontestavelmente foram um marco na indústria automobilística e consequentemente no automobilismo esportivo brasileiro.

Na indústria, o lançamento de novos veículos como o Ford Galaxie, o Opala da GM, o Puma VW, o Corcel da Ford/Willys, o Dodge Dart da Chrysler, a nova linha Volkswagen com motor de 1600cc, vieram ampliar a oferta de um mercado composto em sua quase totalidade de veículos já bastante defasados em relação à indústria automobilística mundial!

 

O automobilismo esportivo brasileiro a partir dai  passou  por uma grande e crescente transformação que teve como início o ano de 1968 quando os primeiros novos veículos produzidos por aqui passaram a ser utilizados nas competições, a exemplo do Puma Volkswagen, do Corcel e do Opala.

Tiveram um papel muito importante no desenvolvimento esportivo e de competição destas novas mecânicas, a Bino, a Envemo, a MM e a própria Puma, colocando à disposição de equipes e pilotos, uma gama de equipamentos e configurações para altas performances nas pistas, tais como comandos de válvulas, kits para maior cilindrada, cabeçotes trabalhados, carburações duplas, caixas de marchas, radiadores de óleo, material p suspensão e freios, etc...  

 

 BINO


ENVEMO





PUMA

 

 

 MM

  

Desde o ano de1968, os novos veículos nacionais começaram a ser introduzidos gradativamente nas corridas, à medida que tinham a sua mecânica desenvolvida para as competições. Surgiram os primeiros Opalas de competição, dos irmãos Da Mata de Minas Gerais e dos irmãos Da Fonte de Pernambuco e o Corcel BINO da Cisa em Minas Gerais.

 

Corcel Bino da Cisa, pilotado por Emerson Fittipaldi nos 500Km de Belo horizonte.

 

O Opala dos irmãos Da Mata foi o primeiro a participar de uma competição.

 

Com a adoção em alguns carros da linha Volkswagen, do motor 1600cc com cabeçote de dupla entrada, a Puma, a MM e a Envemo passaram a desenvolver a mecânica VW para as competições, chegando o mesmo a cilindradas de 1.7, 1.8, 1.9, indo até 2,2 litros, com a potencia muito elevada, o que tornava estes motores bastante competitivos. Como consequência os fuscas bastante aliviados de peso e muito bem preparados passaram a proliferar nas competições em todo o Brasil.

 

O Puma da Escuderia AF foi o primeiro Puma VW a competir.

 

Os primeiros Pumas também apareceram nas pistas em 1968 em versões espartanas para competições, sendo o primeiro, preparado pela fábrica Puma para a equipe AF da Bahia que estreou nos 500 Km da Bahia em agosto de 1968. Surgiram também alguns Protótipos de competição com mecânica nacional, além de alguns exemplares bem preparados do Lorena GT. 

 

  O Protótipo Willys apresentado no Salão do Automóvel, foi alterado mecanicamente e rebatizado de Bino Mark II.



O nosso automobilismo que até final dos anos 60 ainda utilizava em larga escala os nacionais, Simca, Willys Interlagos , FNM 2000, DKW, Malzoni DKW, Gordini, protótipos diversos, íbridos como o Volks e os KG Porsche da DACON,os Binos Mark l, o Bino Mark II, o Fitti Porsche, além  dos importados como as Alfas GTA e Zagatto, BMW 2000 e algumas carreteras, passou a conviver com os novos nacionais e a partir de 1969 com a veloz Alfa Romeo P33 da equipe paulista Jolly Gancia e posteriormente, também com o Ford GT 40 da Equipe Colégio Arte e Instrução e com a Lola T 70 dos irmãos De Paoli.

A Alfa Romeo P33 da Equipe Jolly Gancia.

A primeira consequência disso foi a proliferação da construção de Protótipos de competição, com o surgimento de diversos pequenos fabricantes em varias partes do país. Estes protótipos em sua grande maioria utilizavam a mecânica Volkswagen a ar, que tinha um excelente potencial de desenvolvimento, mas também se faziam protótipos com outras mecânicas como Alfa Romeo, Renault R12 (do Corcel), Chevrolet e Ford.

Em 1969 a maioria das provas realizadas em território nacional eram em pistas de rua, algumas extremamente perigosas, como é o caso de Petrópolis e Lages, que tinham até piso em paralelepípedos em seu traçado e outras mais seguras (ou melhor, menos perigosas), como é o caso da Centenário em Salvador, do circuito da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, da pista de Brasília e da pista da Cidade Universitária no Recife. Os autódromos eram poucos, o do Ceará tinha acabado de ser inaugurado e Interlagos estava fechado para reformas desde o ano anterior.

 Com o Autódromo de Interlagos renovado e o Autódromo do Rio e alguns outros já uma realidade, a partir de 1972 as coisas mudaram drasticamente,  as corridas em circuitos de rua foram proibidas ( em nome da segurança) em todo o território nacional, numa decisão equivocada ao nosso ver *, porque restringiu muito a pratica do automobilismo apenas aos estados que tinham um autódromo, vindo a repercutir negativamente para o futuro deste fascinante esporte.  

A partir dai começou uma reformulação nas categorias do automobilismo brasileiro, surgindo a divisão 3 (dos VW " pinicos atômicos") e a divisão 5 dos Maverick e Opalas, entre varias outras.



 

 CONTINUA

  Fotografias de SONNTAG,Puma, Autoesporte. Texto Old Races.

  oldraces.blogspot.com  m.castrolima.arq@gmail.com