Translate

Mostrando postagens com marcador Envemo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Envemo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 29 de junho de 2020

HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO - 68/69/70

HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO - 1968/1969/1970


Largada das 500 Milhas do Rio de Janeiro em 1968.

Os anos de 1968,1969 e 1970, incontestavelmente foram um marco na indústria automobilística e consequentemente no automobilismo esportivo brasileiro.

Na indústria, o lançamento de novos veículos como o Ford Galaxie, o Opala da GM, o Puma VW, o Corcel da Ford/Willys, o Dodge Dart da Chrysler, a nova linha Volkswagen com motor de 1600cc, vieram ampliar a oferta de um mercado composto em sua quase totalidade de veículos já bastante defasados em relação à indústria automobilística mundial!

 

O automobilismo esportivo brasileiro a partir dai  passou  por uma grande e crescente transformação que teve como início o ano de 1968 quando os primeiros novos veículos produzidos por aqui passaram a ser utilizados nas competições, a exemplo do Puma Volkswagen, do Corcel e do Opala.

Tiveram um papel muito importante no desenvolvimento esportivo e de competição destas novas mecânicas, a Bino, a Envemo, a MM e a própria Puma, colocando à disposição de equipes e pilotos, uma gama de equipamentos e configurações para altas performances nas pistas, tais como comandos de válvulas, kits para maior cilindrada, cabeçotes trabalhados, carburações duplas, caixas de marchas, radiadores de óleo, material p suspensão e freios, etc...  

 

 BINO


ENVEMO





PUMA

 

 

 MM

  

Desde o ano de1968, os novos veículos nacionais começaram a ser introduzidos gradativamente nas corridas, à medida que tinham a sua mecânica desenvolvida para as competições. Surgiram os primeiros Opalas de competição, dos irmãos Da Mata de Minas Gerais e dos irmãos Da Fonte de Pernambuco e o Corcel BINO da Cisa em Minas Gerais.

 

Corcel Bino da Cisa, pilotado por Emerson Fittipaldi nos 500Km de Belo horizonte.

 

O Opala dos irmãos Da Mata foi o primeiro a participar de uma competição.

 

Com a adoção em alguns carros da linha Volkswagen, do motor 1600cc com cabeçote de dupla entrada, a Puma, a MM e a Envemo passaram a desenvolver a mecânica VW para as competições, chegando o mesmo a cilindradas de 1.7, 1.8, 1.9, indo até 2,2 litros, com a potencia muito elevada, o que tornava estes motores bastante competitivos. Como consequência os fuscas bastante aliviados de peso e muito bem preparados passaram a proliferar nas competições em todo o Brasil.

 

O Puma da Escuderia AF foi o primeiro Puma VW a competir.

 

Os primeiros Pumas também apareceram nas pistas em 1968 em versões espartanas para competições, sendo o primeiro, preparado pela fábrica Puma para a equipe AF da Bahia que estreou nos 500 Km da Bahia em agosto de 1968. Surgiram também alguns Protótipos de competição com mecânica nacional, além de alguns exemplares bem preparados do Lorena GT. 

 

  O Protótipo Willys apresentado no Salão do Automóvel, foi alterado mecanicamente e rebatizado de Bino Mark II.



O nosso automobilismo que até final dos anos 60 ainda utilizava em larga escala os nacionais, Simca, Willys Interlagos , FNM 2000, DKW, Malzoni DKW, Gordini, protótipos diversos, íbridos como o Volks e os KG Porsche da DACON,os Binos Mark l, o Bino Mark II, o Fitti Porsche, além  dos importados como as Alfas GTA e Zagatto, BMW 2000 e algumas carreteras, passou a conviver com os novos nacionais e a partir de 1969 com a veloz Alfa Romeo P33 da equipe paulista Jolly Gancia e posteriormente, também com o Ford GT 40 da Equipe Colégio Arte e Instrução e com a Lola T 70 dos irmãos De Paoli.

A Alfa Romeo P33 da Equipe Jolly Gancia.

A primeira consequência disso foi a proliferação da construção de Protótipos de competição, com o surgimento de diversos pequenos fabricantes em varias partes do país. Estes protótipos em sua grande maioria utilizavam a mecânica Volkswagen a ar, que tinha um excelente potencial de desenvolvimento, mas também se faziam protótipos com outras mecânicas como Alfa Romeo, Renault R12 (do Corcel), Chevrolet e Ford.

Em 1969 a maioria das provas realizadas em território nacional eram em pistas de rua, algumas extremamente perigosas, como é o caso de Petrópolis e Lages, que tinham até piso em paralelepípedos em seu traçado e outras mais seguras (ou melhor, menos perigosas), como é o caso da Centenário em Salvador, do circuito da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, da pista de Brasília e da pista da Cidade Universitária no Recife. Os autódromos eram poucos, o do Ceará tinha acabado de ser inaugurado e Interlagos estava fechado para reformas desde o ano anterior.

 Com o Autódromo de Interlagos renovado e o Autódromo do Rio e alguns outros já uma realidade, a partir de 1972 as coisas mudaram drasticamente,  as corridas em circuitos de rua foram proibidas ( em nome da segurança) em todo o território nacional, numa decisão equivocada ao nosso ver *, porque restringiu muito a pratica do automobilismo apenas aos estados que tinham um autódromo, vindo a repercutir negativamente para o futuro deste fascinante esporte.  

A partir dai começou uma reformulação nas categorias do automobilismo brasileiro, surgindo a divisão 3 (dos VW " pinicos atômicos") e a divisão 5 dos Maverick e Opalas, entre varias outras.



 

 CONTINUA

  Fotografias de SONNTAG,Puma, Autoesporte. Texto Old Races.

  oldraces.blogspot.com  m.castrolima.arq@gmail.com




domingo, 5 de fevereiro de 2017

Chevette - os envenenados e os especiais


Como já abordamos aqui algumas vezes em outras matérias sobre o Chevette da General Motors/Opel, desde o seu lançamento na década de 70 que  varias empresas pelo mundo afora ofereciam kits de personalização e de aumento da performance do carismático veículo.
As próprias fábricas mesmo que timidamente ao longo dos anos de sua fabricação ofereceram algumas versões mais esportivas e em alguns casos com mais potencia.
Aqui no Brasil a Envemo foi quem mais ofereceu versões "brabas" do Chevette, além de varios tipos de personalizações e até uma versão targa que denominaram de Minuano.
Além da Envemo, algumas outras empresas também ofereciam preparação especial, a exemplo da Convel e da Hot Birds, que tinham preparação mais elaborada, com troca de comando de válvulas, kits do motor para 1700cc, coletores de admissão para dois carburadores duplos Weber 40 e coletor  de descarga 4x1, entre outros venenos, o que fazia do Chevette um esportivo bastante veloz para a época. 
Como o cabeçote do motor do Chevette que tinha o seu design com o objetivo de durabilidade com economia e era o maior empecilho para performances muito mais altas, o preparador Silvano Pozzi desenvolveu um cabeçote de duplo comando "Bi Albero", que melhorava muito o rendimento do motor.




Chevette Envemo no Salão do Automóvel de São Paulo em 1974.

Motor com o cabeçote Bi-Albero, desenvolvido pela SILPO.


Chevette Minuano no Salão do Automóvel.


O Chevette 1700 C da CONVEL, vinha com motor de 1700cc, preparado, teto solar, rodas especiais,vidros "ray ban", bancos de couro reclináveis, novos instrumentos e faróis auxiliares.



 Motor com preparação Hot Birds, com um Weber 40 duplo, comando de maior abertura e coletor de escape 4x1 dimensionado para o motor de 1400cc. Poderia ser também com dois Weber 40 duplos para o motor de 1600cc, conforme o mostrado na fotografia abaixo, com a opção dos filtros de ar.


Chevette Lotus

 Houve também uma tentativa frustrada de um grupo de São Paulo, para comercializar o Chevette com mecânica feita pela Lotus, porém acreditamos que devido ao alto custo a ideia foi abandonada. Nas fotografias acima o protótipo do Chevette Lotus.
Clique no link abaixo para ler a história do Chevette Lotus:

http://www.autoentusiastasclassic.com.br/2009/02/chevette-lotus.html 
 
Uma versão conversível do Chevette, denominada Summer Luxo, também era preparada pela empresa DIPAVE.
Grades, rodas, bancos reclináveis e outros equipamentos eram também oferecidos por vários outros fabricantes de autopeças.

As fábricas do Chevette, tanto no Brasil quanto na Europa, tiveram algumas versões especiais que davam ares de esportividade  ao carro, bem como algumas, com motores mais potentes e de maior cilindrada, a exemplo do Black Magic da Vauxhall e do SR brasileiro.



 
O Black Magic da Vauxhall inspirou o nosso SR

Chevette SR 1.6 brasileiro nos anos 80. 
A empresa Hot Birds preparava um kit de dois Weber 40 duplos com comando especial e coletor de descarga 4x1, que transformava significativamente o desempenho do carro.


 O Opel K180, era o mais bem elaborado da familia Chevette, nos anos 70.


A GM lançou no Brasil esta versão equipada com rodas de tala larga para agradar ao público jovem, porém a mecânica era a mesma.
 Chevette País Tropical.

Fotografias compartilhadas da Internet, sem indicação de direitos autorais, fotografia de Clube Chevetteiros de Curitiba.