Translate

Mostrando postagens com marcador Leonardo Godoy. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leonardo Godoy. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Leonardo Godoy

 



Notícia triste,
Tomamos conhecimento ontem do falecimento de Leonardo Godoy, que foi um dos pilotos baianos dos anos 60/70.
Godoy morava já há vários anos no Rio Grande do Norte, onde tinha uma pousada e atuou nas pistas dos anos 60 pela sua própria equipe, a Motophine, que era o mesmo nome da sua conceituada oficina no bairro da Ribeira em Salvador.
Foi um dos precursores do Kartismo na Bahia e também construtor de alguns protótipos de competições que correram na pista da Avenida Centenário.

Leonardo Godoy ao centro, com Eduardo Ribeiro e Andre Burity, durante uma solenidade de premiação, na sede do Automóvel Clube de Salvador.

Um dos protótipos construídos por Godoy.

No Ceará em 1969, na companhia dos pilotos Andre Burity e Lulu Geladeira.

Em 1969 participando com seu Renault 1093, da corrida inaugural do Autódromo Virgílio Távora no Ceará.

Em 1970 correndo nos 1000 Km de Brasilia, em dupla com Andre Burity, pilotando um dos Pumas da Scuderie AF.


Reportagem da revista Autoesporte nº23, de outubro de 1966, onde relata a vitória de Leonardo Godoy em uma corrida de kart na pista da Lagoa do Abaeté em Salvador Bahia.

____________________________

Deixamos aqui a nossa homenagem ao amigo Leonardo Godoy, que tenha muita luz e muita paz nesta sua nova jornada!!


Mauricio C. Lima
Old Races

Fotografias de Andre Burity, Mauricio C. Lima e matérias das revistas Quatro Rodas e Autoesporte. 


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

História do automobilismo baiano - Os protótipos

- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -



Na época de ouro do automobilismo da Bahia, os anos 60/70, os baianos tinham um lugar de destaque no cenário automobilístico nacional, com equipes bem estruturadas, bons pilotos e patrocinadores de peso. 
Tínhamos toda uma cultura automobilística que envolvia um grande público participativo e despertava muito interesse por parte da imprensa escrita e das rádios e televisões, além de várias publicações especializadas.
Numa época em que o país tinha poucos autódromos e corria-se até em pistas de paralelepípedos, Salvador tinha a bela pista da Avenida do Centenário, com suas encostas que eram verdadeiras arquibancadas naturais e proporcionavam ao público segurança e uma excelente visão da pista.
 As corridas em sua grande maioria eram assistidas por numeroso público, muitas vezes acima de 40.000 pessoas, o que ainda é muito até nos dias atuais. A imprensa se mobilizava e noticiava não só as corridas, como acompanhava também os preparativos das equipes e dos carros, o que fazia com que o interesse pelo esporte só aumentasse!
As revendas de automóveis, principalmente as da marca Volkswagen (que no final dos anos 60 já era a mecânica mais usada em competições), eram envolvidas com as corridas e quase todas apoiavam alguma equipe ou tinham a sua própria. 
Nos bastidores deste cenário, vinha surgindo em pequena escala uma indústria de carros de corridas, os protótipos de competição, que ficaram famosos em todo o país ao longo da década de 70. 
Junto com o incremento das competições, veio também o mercado de serviços, com o surgimento de vários preparadores de motores locais, o que veio diminuir a nossa dependência dos projetistas e preparadores de São Paulo.


 O Elva I nº 111 da Equipe Cravo Bauer, com o piloto Ivan Cravo, no portão da casa do escultor Mario Cravo, no bairro do Rio Vermelho em Salvador.


 Rara foto de traseira, do protótipo Elva I da Cravo Bauer na antiga rotatória da Av Camurugipe, (hoje Av. ACM) em frente ao atual Parque da Cidade. Notem as enormes Weber 48 IDH do motor 2 litros. Este protótipo utilizava ainda a plataforma Volkswagen com motor traseiro.

O primeiro protótipo baiano a correr nas pistas da Avenida Centenário  foi o Protótipo RM, também chamado de "Patinho Feio", em uma alusão ao Protótipo Camber de Brasília que era também conhecido como Patinho Feio. Era na verdade uma carroceria de fibra muito leve, que foi colocada sobre um chassi tubular de um Formula V e recebeu uma mecânica VW 1.9 muito bem preparada, ficando com uma excelente relação peso/potência, vindo dai o motivo pelo qual tinha uma performance tão boa nas pistas.
 

Em três matérias postadas anteriormente (ELVA, uma história quase esquecida, partes 1, 2 e 3) já contamos aqui um pouco da história da ELVA, marca criada pelo kartista Élcio Paiva e que foi utilizada por algumas das principais equipes da Bahia em provas automobilísticas por várias cidades do Brasil. 
 
Clique nos links abaixo para ver ELVA, uma história quase esquecida, partes 1, 2 e 3

 http://oldraces.blogspot.com.br/2013/07/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte.html

http://oldraces.blogspot.com.br/2013/07/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte_15.html

http://oldraces.blogspot.com.br/2014/03/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte.html


 Protótipo Elva I da Equipe Cobape, foi o primeiro Elva de competição produzido por Élcio Paiva, tinha chassi tubular e motor entre eixos.


 O protótipo Elva II da Equipe RM - Retificadora Moderna dos pilotos Roberto Bahia e Mario Monteiro, tinha chassi tubular e motor entre eixos.
Detalhe - nome Elva assinalado em branco.

 Elcio Paiva e equipe, trabalhando na produção de mais um ELVA.

Além dos Elvas, vários outros protótipos foram produzidos aqui em nossa cidade, a exemplo dos protótipos construidos pelo piloto Leonardo Godoi (Motophine), com mecânica Corcel Bino, do protótipo do Team Jerry com mecânica Alfa Romeo e do protótipo da Catú Motor com mecânica Volkswagen. 

O belo protótipo de Leonardo Godoi, com mecânica Corcel Bino.


Protótipo da Team Jerry com mecânica Alfa Romeo. herdada de um FNM JK 2000.
Foi construido na Oficina Cruz Motor, que pertencia a Carlos Augusto Ferreira Cruz, mais conhecido no meio automobilístico àquela época, como Carlos Matéria.

Protótipo da Catú Motor no autódromo do Ceará, sendo atendido nos boxes durante os treinos. Note-se o piloto Carlos Medrado dentro do carro.

NOTICIAS:




Fotografias do acervo de Arthur Barros, Fred Leal, Ivan Cravo e Mauricio C. Lima

  oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com

domingo, 11 de agosto de 2013

O início do Kart na Bahia


Ao ler a matéria abaixo, cuja autoria desconheço, resolvi fazer uma postagem sobre o início do Kartismo na Bahia, mais precisamente aqui em nossa cidade do Salvador.
Baseado nas informações contidas na reportagem, vejo que existe um grande desconhecimento sobre o passado do Kart na nossa terra, também sobre os pilotos que foram os verdadeiros pioneiros da modalidade, sobre as pistas que utilizávamos e até mesmo em relação à época que a  Associação Baiana de Kart foi criada!
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Kart Baiano completa 44 anos de tradição - Esporte na Rede

www.esportenarede.com.br/kart-baiano-completa-44-anos-de-tradicao/
30/04/2013 - Antes de chegar à Praia de Ipitanga, o Campeonato Baiano de Kart ainda ... No passado mais distante, pilotos como Elcio Paiva, Berti Sheila, ...


Neste domingo, com a realização da primeira etapa do Campeonato Baiano de Kart 2013, no Kartódromo Ayrton Senna, em Lauro de Freitas, a modalidade escola do automobilismo chega a 44 anos de história na Terra da Felicidade.


Fundada no dia 25 de setembro de 1969, a Associação Bahiana de Karts (ABK) realizou as suas primeiras corridas em uma pista improvisada, no Jardim dos Namorados, trazendo ainda mais felicidade para o domingão dos soteropolitanos. As provas disputadas no “caminho” da praia, ainda são boas lembradas para os que viveram aquela época. Antes de chegar à Praia de Ipitanga, o Campeonato Baiano de Kart ainda passou por um kartódromo no bairro do Costa Azul. Desta época, as melhores lembranças são de um jovem piloto, até então desconhecido, mas que a Bahia viu que tinha futuro no automobilismo, depois de uma impressionante participação.
Ayrton Senna disputou uma prova no Kartódromo do Costa Azul, embaixo de uma forte chuva e chegou com duas voltas de vantagem sobre o segundo colocado, arrancando aplausos do público que lotava as ruas do bairro para acompanhar a disputa.

O Kartódromo Municipal de Lauro de Freitas foi inaugurado, em 1991, mas, só a partir do dia 1º de maio de 1994 que passou a se chamar Kartódromo Ayrton Senna, em homenagem ao grande ídolo brasileiro da Fórmula 1. Nestes mais de 40 anos de história, os baianos conheceram e passaram a torcer por um bom número de pilotos que representaram o estado em competições nacionais.

No passado mais distante, pilotos como Elcio Paiva, Berti Sheila, Ernesto Simões, entre outros, colocaram o Estado nos lugares mais altos do pódio em diversas competições nacionais. No passado recente, Euvaldo Luz, os irmãos Alexandre e André Rosário, Tadeu Mascarenhas e Rogério Rezende fizeram a sua parte em competições nacionais.
O Kart baiano também levou pilotos os pilotos Diego Freitas e Patrick Gonsalves ao seleto mundo da Stock Car. Hoje, pilotos da categoria cadete como Juan Manuel, Enzo Lopes, Diogo Andrade, Matheus Braga, Henrique Ferreira e Elias Ávila sonham com uma carreira no automobilismo e tem como meta levar a bandeira da Bahia para a Fórmula 1.
No domingo, o público que é fiel a está modalidade há mais de 40 anos, vai acompanhar disputa nas categorias Cadete, Sênior 125cc, Super Kart 125cc, Sport 400 e Sport 400 Junior. As categorias Cadete e as Sport 400 competem com motores Honda de quatro tempos. As demais com motores de dois tempos, com 125 cilindradas, refrigerados a água. A expectativa da ABK é de que mais de 40 pilotos participem da competição.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

OS PIONEIROS:

O Kart foi trazido para a Bahia pelo piloto Paulo Lanat em 1960, poucos meses depois do aparecimento do mesmo nas pistas brasileiras.
Houveram algumas corridas no ainda pouco habitado Loteamento Clemente Mariane, situado entre os bairros da Barra e da Graça, mas logo perceberam que o local era inadequado e então as provas passaram a ser realizadas na Lagoa do Abaeté, que era uma área mais deserta e sem vizinhança para reclamar do barulho.
Aconteceram também algumas provas no Farol da Barra, como preliminares de algumas corridas de automóveis que ali se realizaram.
Os pilotos que corriam naquela época, entre outros, eram Paulo Lanat, Nelson Taboada, Lulu Geladeira, Kurts Kaepler, Zelito Gil Ferreira, Bruno Neuwirth, Mario Gonzales.

Corrida de Karts na Lagoa de Abaeté no inicio dos anos 60.


Lotemento Clemente Mariane em 1961, local utilizado para algumas das primeiras corridas de Kart em Salvador.

Jornal A TARDE de maio de 1961 relata a vitória de Kurts Kaepler em uma prova de Karts,  preliminar à de automóveis, no Farol da Barra.

O RETORNO:

As corridas de Kart que haviam parado após a morte de Paulo Lanat, seu maior incentivador, voltaram a acontecer a partir de 1965 na Lagoa de Abaeté e em Ondina (em frente ao antigo Parque de Exposições hoje Campus da UFBA), inicialmente de uma forma extra oficial pois as mesmas eram organizadas pelos próprios pilotos, tinham público reduzido e estrutura muito simples.

Entre os pilotos que corriam naquela época estavam, Kurts Kaepler, Leonardo Godoy, Ingo Ahringsmann, César Mesquita, Paulo Freire, Alberto Castro Lima, Gil Ferreira, Bruno Neuwirth, Délio Almeida, Mario Gonzales, Raimundo Castro, Áureo Rohrs, Paulo Medeiros, Edson Paiva, 
Jean Pelegrini, Élcio Paiva, Francisco Pessoa, entre outros.

                            
Uma das primeiras corridas de Kart em Ondina,provavelmente em 1960, no sentido horário.

Corrida de kart em Ondina em 1965, já na segunda fase, no sentido anti horário.

Também em 1965, aconteceu uma corrida de Karts dentro do Yacht Club da Bahia, no local onde tinha sido demolido o antigo estaleiro e que atualmente é a sede social.
 Aproveitando a grande área livre, alguns associados que também eram automobilistas, pediram permissão à diretoria do clube e realizaram ali a corrida.
Alguns dos pilotos participantes foram: Ingo Ahringsmann, Leonardo Godoi, Cesar Mesquita, Francisco Pessoa, Élcio Paiva, Mário Gonzales (Mario Mecânico), Bruno Neuwirth e Délio Almeida, entre outros.  
Registro da corrida no Yacht Club da Bahia, no livro "YACHT 75 anos".

Após a criação da  Associação Baiana de Kart em 1966, ai sim o esporte começou a reunir maior numero de praticantes, com corridas mais bem organizadas e um público maior.
O local das corridas também passou a variar, com provas em Água de Meninos, Lagoa do Abaeté e posteriormente no Jardim dos Namorados.

Abaixo, os resultados de algumas corridas da época dos pioneiros, em reportagens da revista autoesporte:

 Corrida na pista de Abaeté.

Reportagem original da revista autoesporte nº20,  junho de 1966.



Élcio Paiva, Equipe Racio, correndo com um Mini em 1966, na pista de Água de Meninos.

Reportagem original da revista Autoesporte nº23, outubro de 1966.

Corrida no jardim dos namorados em 1972.

Nota de jornal sobre uma prova realizada no Jardim dos namorados no meado dos anos 70.


Após a fase do Jardim dos Namorados o Kart ganhou uma casa nova e aparentemente definitiva, o kartódromo do Stiep, que ficava logo no inicio da atual avenida Magalhães Neto, ao lado do canal.  Tudo corria bem, o número de pilotos aumentou muito, tivemos provas do campeonato brasileiro e o esporte se fortaleceu, ocupando a Bahia um lugar de destaque a nível nacional.
No final dos anos 80 a especulação imobiliária engoliu o kartódromo, tendo uma construtora ficado com o terreno e em troca construiu o Kartódromo de Lauro de Freitas em terreno cedido pela prefeitura local, a mesma que hoje esta tomando o terreno de volta para construir um centro esportivo de judô (?).
Bom, mas ai é um assunto atual, que todos os amantes do esporte a motor estão aguardando o desfecho com muita ansiedade! 

Mauricio Castro Lima

ATUALIZADA EM 20/11/2018.
ATUALIZADA EM 20/10/2020.

Material utilizado na postagem: reportagens da revista autoesporte nºs 20 e 23, texto elaborado pelo autor,reprodução de matéria postada em www.esportenarede.com.br, foto do albúm FAMILIA TABOADA, reportagem do jornal A TARDE de maio 1961.Matéria do livro Yacht 75 anos. Fotografia de Lenio Braga.