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sábado, 7 de abril de 2018

Os protótipos Elva


  ELVA GT  

Complemento das matérias anteriores sobre a História dos ELVA, carros fabricados aqui na Bahia por Elcio Paiva no final dos anos 60.

A história dos protótipos de competição Elva começa no final da década de sessenta, quando Élcio Paiva, um engenheiro carioca e piloto de Kart, que veio com os pais morar na Bahia, decidiu fazer um carro para uso próprio, baseado nos moldes dos GTs esportivos e de competição que estavam muito em moda àquela época. Para realizar uma empreitada de tal envergadura Élcio contou com a ajuda do amigo e também engenheiro elétrico Raimundo Castro, mais conhecido como “Castrão”. Também participaram da construção do carro os amigos Francisco (Chiquinho) Lima Ribeiro, Paulo Roberto dos Santos e o piloto Lulu Geladeira (mecânica).
 
O GT usaria o chassi e mecânica Volkswagen como era a maioria dos fora de série brasileiros da época, pois não haviam muitas opções no mercado para servir de base para um projeto de porte como a criação de um automóvel esportivo. 
Após a fase inicial de projetos eles começaram a fazer os moldes da carroceria de fibra, na garagem da casa dos pais de Élcio no bairro da Pituba em Salvador.

Além do chassi e da mecânica o ELVA GT herdou dos VW muita coisa da parte elétrica e de acabamentos, tendo algumas peças sido fabricadas com exclusividade para ele, a exemplo de vidros laterais e traseiro, bancos e acabamentos diversos, herdando também dos PUMAS alguns componentes como os limpadores de para brisa.

Os primeiros testes de rua foram um sucesso e o GT agradou em cheio, por onde passava chamava muito a atenção de curiosos e automobilistas de todas as idades. Após os devidos procedimentos técnicos e aprovação no DETRAN o garboso GT, já devidamente emplacado, passou a circular pelas ruas de Salvador enchendo de orgulho os seus projetistas e construtores.
 O ELVA GT,  no antigo Kartódromo do Stiep em Salvador Bahia.
 
 Abaixo as fotografias e a reportagem feita com o ELVA GT em 1971, pela revista Auto Esporte.



As belas formas foram inspiradas no Ford GT 40 e na Lamborghini P 250.


Interior confortável e bonito, com excelente acabamento.

Reprodução ampliada da reportagem da revista Auto Esporte



Reportagem original da revista Auto Esporte, com dedicatória e assinatura de Elcio.

ELVA GT

OS PROTÓTIPOS DE COMPETIÇÃO:

Era a época de ouro do automobilismo baiano, a cidade tinha corridas com regularidade e varias equipes de competição sedentas para evoluir dos carros de turismo, preparados para correr na categoria força livre e migrar para a coqueluche do inicio dos anos setenta, que eram os protótipos de corrida.
  Elcio (à direita) e Chico Ribeiro (dentro do carro), finalizando a construção do Elva III da Equipe RM.

No final dos anos 60 e inicio dos anos 70 construíam-se protótipos por todo o Brasil a fora, do Rio Grande do Sul ao Ceará e como não poderia deixar de ser, a Bahia seguiu a tendência do resto do país. Neste contesto, o Elva se encaixou perfeitamente e logo entrou em cena com uma versão sem capota, baseada nas linhas do belo e aerodinâmico GT.
O primeiro Elva de competição foi produzido para a equipe Cobape, tendo o mesmo obtido alguns bons resultados nas corridas locais e regionais, chegando a correr nos 1.000 Km de Brasília de 1970.


  Protótipo ELVA I da Equipe Cobape, com chassi tubular.

Foram feitos protótipos Elva tanto com o aproveitamento da plataforma Volkswagen, como também com chassi tubular, com características e projetos diferentes, de acordo com a mecânica a ser adotada. 
 O primeiro protótipo ELVA  II da Equipe Cravo-Bauer nº111, utilizava o chassi Volkswagen.



ELVA III da Equipe  RM, alinhado para mais uma largada no Circuito da Avenida Centenário em Salvador, pilotado por Roberto Bahia. Este foi o mais belo dos carros feitos por Élcio.


Protótipo RM – Era uma carroceria ELVA modificada e encurtada, com chassi tubular, era um carro muito veloz, porém deixou de vencer varias corridas devido a falhas mecânicas e excesso dos seus pilotos.

 Protótipo Elva I da Cobape correndo nos 1000 Km de Brasília em 1970, pilotado pelos irmãos Fred e Carlos Leal, teve que abandonar a prova por acidente e consequente falha mecânica.


O primeiro protótipo ELVA I da Cobape, foi destruído num acidente na Centenário, pilotado por Carlos Alberto Medrado.

O segundo protótipo ELVA da Equipe Cravo-Bauer nº2, alinhado para largada no Autódromo Virgilio Távora no Ceará, aparecendo na foto os pilotos Ivan Cravo à esquerda e Otavio Cravo à direita com o capacete na mão, aparecem ainda Otto Bauer sentado no carro e o escultor Mario Cravo, de pé usando chapéu de palha. Este protótipo ELVA IV era montado sobre um chassi tubular, diferentemente dos primeiros Elvas que utilizavam a plataforma Volkswagen.

ELVA IV da Equipe Cravo-Bauer, alinhado para uma corrida no Ceará. No centro Otto Bauer e o piloto Ivan Cravo.








O primeiro Elva da Cravo-bauer, vencedor da prova Norte/Nordeste de 1971 em Salvador, pilotado por Ivan Cravo. Nas duas fotografias abaixo, vejam os detalhes do painel e da traseira, onde da para ver os enormes carburadores Weber 48.


NOTÍCIAS DA ÉPOCA:

Nesta notícia de um jornal da época, nas quatro fotografias exibidas em que aparecem protótipos, três são Elva.

 Notícia sobre acidente com o protótipo Elva II da Cravo-Bauer, na curva do posto da Avenida Centenário.
Noticia em um jornal do Ceará, sobre Ivan Cravo e o protótipo Elva da Cravo-Bauer.

Noticia do Jornal da Bahia de janeiro de 1972, sobre o Elva III da Equipe RM, que foi o vice-recordista do Circuito da Avenida Centenário. 

 É desconhecido o destino do Elva GT e dos protótipos da Equipe Cobape e da Equipe RM, quanto aos dois protótipos da Equipe Cravo Bauer, foram destruídos em um incêndio que aconteceu no atelier do escultor Mario Cravo, onde os mesmos estavam guardados, juntamente com o Fusca e o Lorena GT da equipe.

NOTA: Segundo informações recebidas por Francisco Ribeiro, o ELVA GT foi visto pela ultima vez por ele há muitos anos passados, abandonado em um terreno baldio na cidade de Itaparica, de onde deduzimos que o mesmo não mais exista.

História dos Elva (PARTE 1):

História dos Elva (PARTE 2):

Matéria atualizada e corrigida em 10/11/2021


Old Races.blogspot.com

Produzido por MAURICIO DE CASTRO LIMA -  m.castrolima.arq@gmail.com

Material utilizado na matéria: fotos de jornais da época, anotações, fotos e desenho do autor, fotos do acervo dos pilotos Mario Monteiro, Ivan Cravo, Fred Leal e Carlos Medrado, fotos do acervo de Arthur Barros e Francisco Ribeiro, foto retirada de mestrejoca.blogspot.com, pesquisas na INTERNET.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Imagens do passado! - (2)

 Este foi o carro vencedor do primeiro Rallye da Bahia em 1954, pilotado por José Luis Moura Costa.

Corrida em Interlagos, São Paulo, nos anos 40.

Década de 30, Chico Landi vencendo uma corrida com um carro movido a gasogênio.
 
 Le Mans - década de 20

Elva GT  e Élcio Paiva- apresentação à imprensa em Salvador Bahia em 1968.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

História do automobilismo baiano - Os protótipos

- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -



Na época de ouro do automobilismo da Bahia, os anos 60/70, os baianos tinham um lugar de destaque no cenário automobilístico nacional, com equipes bem estruturadas, bons pilotos e patrocinadores de peso. 
Tínhamos toda uma cultura automobilística que envolvia um grande público participativo e despertava muito interesse por parte da imprensa escrita e das rádios e televisões, além de várias publicações especializadas.
Numa época em que o país tinha poucos autódromos e corria-se até em pistas de paralelepípedos, Salvador tinha a bela pista da Avenida do Centenário, com suas encostas que eram verdadeiras arquibancadas naturais e proporcionavam ao público segurança e uma excelente visão da pista.
 As corridas em sua grande maioria eram assistidas por numeroso público, muitas vezes acima de 40.000 pessoas, o que ainda é muito até nos dias atuais. A imprensa se mobilizava e noticiava não só as corridas, como acompanhava também os preparativos das equipes e dos carros, o que fazia com que o interesse pelo esporte só aumentasse!
As revendas de automóveis, principalmente as da marca Volkswagen (que no final dos anos 60 já era a mecânica mais usada em competições), eram envolvidas com as corridas e quase todas apoiavam alguma equipe ou tinham a sua própria. 
Nos bastidores deste cenário, vinha surgindo em pequena escala uma indústria de carros de corridas, os protótipos de competição, que ficaram famosos em todo o país ao longo da década de 70. 
Junto com o incremento das competições, veio também o mercado de serviços, com o surgimento de vários preparadores de motores locais, o que veio diminuir a nossa dependência dos projetistas e preparadores de São Paulo.


 O Elva I nº 111 da Equipe Cravo Bauer, com o piloto Ivan Cravo, no portão da casa do escultor Mario Cravo, no bairro do Rio Vermelho em Salvador.


 Rara foto de traseira, do protótipo Elva I da Cravo Bauer na antiga rotatória da Av Camurugipe, (hoje Av. ACM) em frente ao atual Parque da Cidade. Notem as enormes Weber 48 IDH do motor 2 litros. Este protótipo utilizava ainda a plataforma Volkswagen com motor traseiro.

O primeiro protótipo baiano a correr nas pistas da Avenida Centenário  foi o Protótipo RM, também chamado de "Patinho Feio", em uma alusão ao Protótipo Camber de Brasília que era também conhecido como Patinho Feio. Era na verdade uma carroceria de fibra muito leve, que foi colocada sobre um chassi tubular de um Formula V e recebeu uma mecânica VW 1.9 muito bem preparada, ficando com uma excelente relação peso/potência, vindo dai o motivo pelo qual tinha uma performance tão boa nas pistas.
 

Em três matérias postadas anteriormente (ELVA, uma história quase esquecida, partes 1, 2 e 3) já contamos aqui um pouco da história da ELVA, marca criada pelo kartista Élcio Paiva e que foi utilizada por algumas das principais equipes da Bahia em provas automobilísticas por várias cidades do Brasil. 
 
Clique nos links abaixo para ver ELVA, uma história quase esquecida, partes 1, 2 e 3

 http://oldraces.blogspot.com.br/2013/07/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte.html

http://oldraces.blogspot.com.br/2013/07/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte_15.html

http://oldraces.blogspot.com.br/2014/03/elva-uma-historia-quase-esquecida-parte.html


 Protótipo Elva I da Equipe Cobape, foi o primeiro Elva de competição produzido por Élcio Paiva, tinha chassi tubular e motor entre eixos.


 O protótipo Elva II da Equipe RM - Retificadora Moderna dos pilotos Roberto Bahia e Mario Monteiro, tinha chassi tubular e motor entre eixos.
Detalhe - nome Elva assinalado em branco.

 Elcio Paiva e equipe, trabalhando na produção de mais um ELVA.

Além dos Elvas, vários outros protótipos foram produzidos aqui em nossa cidade, a exemplo dos protótipos construidos pelo piloto Leonardo Godoi (Motophine), com mecânica Corcel Bino, do protótipo do Team Jerry com mecânica Alfa Romeo e do protótipo da Catú Motor com mecânica Volkswagen. 

O belo protótipo de Leonardo Godoi, com mecânica Corcel Bino.


Protótipo da Team Jerry com mecânica Alfa Romeo. herdada de um FNM JK 2000.
Foi construido na Oficina Cruz Motor, que pertencia a Carlos Augusto Ferreira Cruz, mais conhecido no meio automobilístico àquela época, como Carlos Matéria.

Protótipo da Catú Motor no autódromo do Ceará, sendo atendido nos boxes durante os treinos. Note-se o piloto Carlos Medrado dentro do carro.

NOTICIAS:




Fotografias do acervo de Arthur Barros, Fred Leal, Ivan Cravo e Mauricio C. Lima

  oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com