O vitorioso Puma nº 17 da Escuderia AF da Bahia, exposto no Posto do Cristo em Salvador.
Como esta história começou, eu não sei, mas lá pelo mês de abril de 2014, respondendo aos comentários aqui no Blog Old Races, conheci Leonardo Flach, o Léo Gaucho, que estava buscando informações sobre os Pumas da antiga Escuderia AF da Bahia. Ele queria saber detalhes sobre os carros, sobre o motor e principalmente sobre o paradeiro do primeiro Puma Espartano, o modelo 1968, que reconhecidamente foi o primeiro Puma VW a disputar e também o primeiro a vencer uma corrida de automóveis.
O Puma GT Volkswagen Espartano carroceria nº 0001 e chassi nº 1.430.111, com as placas do fabricante, em uma seção de fotos e filmagens, dias antes de ser entregue à Scuderie AF.
De pronto, como o faço com todos os que me procuram em busca de informações, contei a ele tudo o que sabia sobre o assunto, inclusive que o famoso carro após a dissolução da Escuderia AF em 1972, teria sido vendido para o Estado de São Paulo pelo advogado que tinha atuado no processo, o Dr. Marcelo Gomes, que era o pai do colecionador e amigo Che Gomes, o qual vinha trabalhando na preparação de uma réplica do Puma da AF.
De pronto, como o faço com todos os que me procuram em busca de informações, contei a ele tudo o que sabia sobre o assunto, inclusive que o famoso carro após a dissolução da Escuderia AF em 1972, teria sido vendido para o Estado de São Paulo pelo advogado que tinha atuado no processo, o Dr. Marcelo Gomes, que era o pai do colecionador e amigo Che Gomes, o qual vinha trabalhando na preparação de uma réplica do Puma da AF.
Leonardo se comunicou com Che Gomes, André Burity e Lulu Geladeira, que confirmaram a venda do Puma para São Paulo. Na verdade Leonardo estava procurando as informações para ajudar ao Felipe Nicoliello, na tentativa de localização do carro e/ou da pessoa que o havia adquirido.
Felipe Nicoliello para quem não conhece, é o editor do excelente Puma Classic e uma das pessoas que tem mais conhecimentos sobre a marca Puma e toda a sua apaixonante história na indústria automobilística e no automobilismo esportivo brasileiro.
Nestes dois anos que se seguiram eu ainda ajudei o Che na preparação da réplica do Puma da AF, mas com relação à procura pelo veículo original, dei o assunto por encerrado.
Conforme e-mail que recebi do Felipe, ele e seus colaboradores, baseados nas informações que conseguiram com a ajuda dos registros da Puma Veículos e ainda de acordo com a data que o carro foi vendido para a Escuderia AF, chegaram a um numero de chassi que provavelmente teria sido o dele e consequentemente ao numero da carroceria que o chassi em questão teria recebido.
Isto feito, conseguiram localizar um Puma que tinha aquela determinada numeração de chassi, (nº 1.430.111) e portava em sua carroceria o correspondente nº001, o que os fez chegarem à conclusão que o mesmo seria o histórico veículo que tanto procurávamos.
Ainda faltava porém uma prova documental que comprovasse, mas mesmo assim o carro foi adquirido do antigo proprietário que não tinha a menor ideia do que poderia ter em mãos....
Em 2015 Felipe Nicoliello já relatava o fato da descoberta do possível Puma da Escuderia AF, em uma matéria intitulada "Especial Puma Volume I" para a revista Fusca & Cia.
Na semana passada porém, me chegou às mãos um documento original da Equipe AF que é altamente esclarecedor sobre a numeração de chassi e motor do primeiro Puma Espartano, procurei então o Leonardo e o informei, tendo o mesmo se comunicado com Felipe e a informação já foi passada ao Sérgio Campos que é o atual proprietário do automóvel.
O DOCUMENTO
É um oficio endereçado à fiscalização do Estado da Bahia, pedindo a emissão de uma nota fiscal avulsa para o Puma ser transportado para o Estado de Pernambuco onde o mesmo participaria de uma corrida, que de fato veio a ganhar, conduzido pelas hábeis mãos de Lulu Geladeira.
Na correspondência além de ter confirmado o nº 1.430.111 do chassi e BH 54.703 do motor, está inclusa ainda referencia a sete rodas com pneus, dois tambores de gasolina e ferramentas diversas que acompanhariam o veículo. O documento esta assinado pelo ex piloto e sócio da Escuderia AF, Mauricio Fainstein, em nome do qual o carro havia sido faturado pela fábrica.
Uma observação interessante é que este Puma, enquanto esteve em poder da equipe AF, nunca foi licenciado pelo DETRAN, ele saiu da fabrica rodando, com uma licença especial e veio para a Bahia conduzido por Mauricio Fainstein.
Deixo aqui os meus parabéns ao Felipe Nicoliello, ao Leonardo, ao Sérgio e a todos os que ajudaram nesta difícil tarefa de localização deste carro tão valioso para as memórias do automobilismo da Bahia e também do automobilismo brasileiro.
MAURICIO CASTRO LIMA
24 de junho de 2016Fotografias: Puma Classic e Eduardo Ribeiro
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