Translate

Mostrando postagens com marcador corridas na Bahia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador corridas na Bahia. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de fevereiro de 2015

ll Circuito da Centenario - Troféu Imprensa




Depois de alguns anos parado devido à morte do piloto Paulo Scaffa, em uma prova de arrancada na cidade baixa, o automobilismo da Bahia no ano de 1968 voltou a ter corridas na nova e bela Avenida do Centenário.
A primeira corrida do circuito da Centenário foi uma prova de formula V, com a presença de apenas dois pilotos da Bahia no grid de largada.
Não tínhamos por aqui naquela época muitos Pilotos Oficiais de Competição (P.O.C.) e para solucionar o problema, o recém criado Automóvel Clube de Salvador passou a promover várias corridas de estreantes e novatos visando principalmente a formação de novos automobilistas baianos.
A primeira destas corridas de estreantes, a segunda prova realizada na nova pista, foi no dia 7 de julho de 1968 e denominou-se Troféu Imprensa, tendo sido vencida  por Antônio Carlos Pitta Lima (Toncar), com André Burity chegando em segundo e Jaime Penna Cal na terceira colocação.


Largada da prova Troféu Imprensa, num grid composto totalmente por Fuscas, o vencedor foi o Volkswagen 1300 nº69, à esquerda na primeira fila.



A prova de 40 voltas no circuito de 3.090 m, estava dividida em duas categorias: até 1200cc e de 1200cc até 1300cc.

Dada a largada, uma luta ferrenha foi travada pela liderança até a quarta volta, entre Toncar (Antônio Carlos Pitta Lima), com o carro nº69 e Eládio Silva Bispo (Ferrugem), com o carro nº 73.
Eládio Bispo tentava de todas as maneiras chegar em Pitta Lima que pilotando de maneira irretocável começou a abrir vantagem, deixando Eládio à mercê da pressão de André Burity no carro nº 22, que vinha veloz na terceira colocação. Na sexta volta, já muito pressionado pelo terceiro colocado, Eládio perdeu o controle do carro e capotou, tendo que abandonar a prova devido às grandes avarias do veículo.
A partir dai Burity assumiu a segunda posição mas sem condições de alcançar Toncar que já tinha uma grande vantagem, ficando praticamente isolado na liderança.
Da décima volta em diante as atenções voltaram-se para a disputa pelo segundo lugar entre Burity  e Jaime Penna Cal no carro nº13 , que por varias vezes alternaram-se na segunda posição.
 O carro nº22 de Burity, (Escuderia AF), apesar de andar muito mais que o de Penna Cal, teve que parar nos boxes, do que se aproveitou Penna Cal para tomar a segunda posição e abrir uma certa vantagem. Burity então, tocando de uma maneira brilhante conseguiu ultrapassa-lo, porém teve que parar novamente nos boxes para um rápido abastecimento, o que quase lhe custou a segunda posição.

 Burity x Penna Cal

 De volta à pista e voando baixo, Burity ainda teve tempo de fazer nova ultrapassagem sobre seu adversário e chegar ao final da corrida na segunda colocação. 
Na categoria até 1200cc o vencedor foi "Dr Jivago" com o carro nº6, seguido de Miralvo Sousa com o carro nº63 e Silvio Rivault com o carro nº1 que após uma espetacular capotada ainda conseguiu continuar na prova até o fim.


RESULTADO GERAL

1º lugar - Antonio Carlos Pitta Lima (Toncar)-Volkswagen 1300 nº69- 40 voltas - 1h 28m 09s
2º lugar - André Burity -Volkswagen 1300 nº22 - 40 voltas - 1h 28m 34s
3º lugar - Jaime Penna Cal - Volkswagen 1300 nº13 - 40 voltas - 1h 28m 53s
4º lugar - Heider da Costa Nunes - Volkswagen 1300 nº10 - 40 voltas - 1h 29m 58s
5º lugar - Jaime Bahia (Dr. Jivago) - Volkswagen 1200 nº6 - 39 voltas - 1h 28m 31s
6º lugar - Miralvo Souza Santos - Volkswagen 1200 nº63 - 39 voltas - 1h28m 46s
7º lugar - Silvio Rivault - Volkswagen 1200 nº1 - 37 voltas - 1h 29m 19s
8º lugar - Marcos Azevedo - Volkswagen nº 7 - 33 voltas - 1h 27m 58s


Abandonaram a corrida por falhas mecânicas ou acidentes, os seguintes pilotos:

John Brusell - Volkswagen nº3
Paulo Quintela - Volkswagen nº4
Fred Leal - Volkswagen nº19
Francisco Góes Filho - Volkswagen nº25
Renê Ferreira - Volkswagen nº30
Durval Filho - Volkswagen nº34
Eládio Silva Bispo - Volkswagen nº73



O vencedor, Antônio Carlos Pitta Lima, Volkswagen nº69.

Dois fuscas disputando posições na traiçoeira curva do posto.


O vencedor ultrapassando o retardatário Marcos Azevedo, carro nº7.

Fred Leal Volkswagen nº19 chegou a ficar em duas rodas quase capotando, porém conseguiu segurar a máquina.



NOTICIAS:


















Fotografias dos acervos de: John Brusell, Fred Leal, Mario Cabral Filho e Mauricio Castro Lima
Reprodução de noticias do Jornal da Bahia


oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com


sábado, 12 de abril de 2014

Equipes baianas - Escuderia AF ( Parte 1)

HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO



Escuderia AF - O início





A Escuderia AF foi fundada em 1968 por Adriano Fernandes, Renato Caria, Lulu Geladeira, Nelson Taboada, André Burity, Mauricio Fainstein e Raimundo Heráclito de Carvalho.
A equipe foi uma das principais forças do automobilismo na região Nordeste durante os anos dourados do esporte no Brasil.
Grande parte do sucesso da AF além da excelente estrutura físico/ financeira que dispunha e dos seus bons pilotos, deveu-se também ao importante suporte semi oficial que recebia da fábrica Puma e da Comercial MM. 
Note-se que a relação de Adriano Fernandes e Lulu Geladeira com Jorge Lettry e Mario César Camargo (Marinho), já vinha desde 1961 quando Lulu e outros pilotos, a exemplo do pernambucano Gegê Bandeira, eram convidados por Lettry para pilotar carros da Vemag (ver no quadro abaixo parte de um depoimento sobre Jorge Lettry dado pelo piloto Bird Clemente). 
  
Escuderia AF - Primeira fotografia oficial - 1968

A escuderia AF tinha a  sede dentro da revenda Volkswagen CARIA RIBEIRO, a qual pertencia a Renato Caria, um dos fundadores da equipe e dava todo o apoio mecânico, técnico e logístico necessário.
Os principais patrocinadores da ESCUDERIA AF eram:

CARIA RIBEIRO – revenda Volkswagen
LAJES VOLTERRANA- lajes pré moldadas
BURITY – materiais de construção
KONTIK—agencia de viagens
PEPSICOLA- indústria de refrigerantes
SUERDICK- fabrica de charutos
PNEUService – revenda PNEUS GOODYEAR

Contava ainda com apoio semi oficial da PUMA e SCORRO (fabricante de rodas).


Estrutura da Escuderia AF - Acrescente-se ao organograma, pela parte de Caria Ribeiro a participação de Heráclito de Carvalho e Roland Itém, como fundador e colaborador da equipe.
Também pelas Indústrias de Charutos Suerdick, a participação de Fernando Suerdick como colaborador  da equipe.
__________________________________________________________________________________


Por Bird Clemente, piloto e historiador do automobilismo brasileiro…

MEU AMIGO, MEU CHEFE, MEU IRMÃO MAIS VELHO

“No começinho dos anos 60 quando eu estava na Equipe Vemag, cada vez que o Wilsinho passava perto de mim ele punha a mão na boca, e com os dedos dava o formato de uma corneta e com ruído característico fazia alusão ao meu chefe, o sargentão Jorge Lettry. Essa era a imagem dele. Exigente, perfeccionista e intolerante era assim a figura que ele projetava. Um Italiano apaixonado pela capacidade dos artefatos bélicos nazistas. Ele era o chefe, eu e o Marinho, sua pequena tropa de elite. Cada vez que assisto esses filmes americanos do sargentão preparando os Marines, eu me lembro do Tenente como ele era chamado por todos.

Sempre com elegante boné, óculos Ray Ban, calça e camisa caqui, que eram praticamente uma farda que caracterizava o primeiro chefe de equipe do Brasil, sem duvida mais elegante que o Neubauer da Mercedes. Nossa vida não era fácil, ele tinha orgulho da gente e nós dele, nas provas longas se incorporavam na tropa, gaúchos, cariocas, baianos, pernambucanos etc., seus preferidos eram Flavio Del Mese, Iwers, Norman Casari, Bob Sharp, Lulu Geladeira, Gege Bandeira entre outros, depois da minha época, Scurachio, Dalpont, Lameirão, Anísio que ele chamava de Rodolfo Valentino


__________________________________________________________________________________


OS PRIMEIROS CARROS E AS PRIMEIRAS CORRIDAS:

 Volkswagen nº 22 ( à esquerda, ao lado do Simca) nos  500km de Salvador em 1968. Foi o primeiro carro da AF. Nesta prova foi pilotado por André Burity/ Ubaldo Lolli, chegando em 2º lugar.

Volkswagen  Força Livre no VI Circuito de Salvador em 1969. Terceiro carro da AF, era originalmente um "Pé de Boi"  0 KM, que foi transformado em carretera. Aqui ele  aparece em sua primeira corrida com o tradicional nº 71 e pintura amarela da AF.


Puma Espartano 1968 nº 17 (Este Puma, de carroceria nº 001, foi o precursor dos modelos Espartanos de competição fabricados posteriormente). Este Puma foi o segundo carro da Escuderia AF.


O Puma Espartano 1968 nº17, em sua estreia nas pistas pilotado por Lulu Geladeira e Norman Casari, nos 500km da Bahia em 1968 .Teria ficado em 2º lugar atrás apenas da GTA de Piero Gancia/ Emilio Zambello, porem foi desclassificado.


Norman Casari e o Puma 17 - 500km da Bahia 1968.


Jorge Lettry Cuidando carinhosamente do Puma Espartano antes da largada dos 500km da Bahia em 1968.
As rodas Scorro foram as primeiras fabricadas, exclusivamente para este carro, sendo posteriormente incorporadas aos veículos de série.

O Puma Espartano 1968 nº17, vencendo sua primeira corrida no circuito da Cidade Universitária no Recife, pilotado por Lulu Geladeira.

Notícia sobre a primeira vitória de um Puma Volkswagen no Circuito da Cidade Universitária no Recife.

 Volkswagen 71 e Puma 17 (vencedor) na inauguração do Autódromo do Ceará em 1968.


Puma 17 vencendo em Salvador com André Burity, seguido do Volkswagen 71 pilotado por Lulu Geladeira. 
Matéria da revista Autoesporte nº 55 de maio de 1969, sobre a prova acima.


No inicio o nome era " SCUDERIE A.F."

Em 1969 passaram a fazer parte da equipe AF, os pilotos John Brusell e José Luis Bastos.
Volkswagen nº 717 nos treinos da Prova Paulo Lanat em 1969,sendo pilotado por J. Brusell. Nesta foto aparecem ao fundo os pilotos Gil Ferreira (de boné), Gil Ferreira Filho e Lulu Geladeira (de camisa vermelha)

Os dois Volkswagen Divisão 3*  nº 717 (J. Brusell) e nº 171 (José Luis Bastos) no treino da Prova Paulo Lanat, vendo-se ainda um Volks 4 portas também da AF, que foi pilotado nesta prova por Antonio Couto.


500 km Salvador -1969- Volkswagen Divisão 4 - força livre nº 717 - José Luis Bastos (esquerda) e John Brusell. Este Volkswagen veio substituir a antiga carretera 71 (pé de Boi) que foi vendida à Equipe Cravo Bauer, após ter sofrido uma capotagem no Ceará, quando era pilotada por André Burity.                  

* Não confundir a antiga Divisão 3 com a Divisão 3 dos "Pinicos Atômicos" dos anos 70.


CONTINUA
Link para Escuderia AF (parte 2)
https://oldraces.blogspot.com.br/2014/04/equipes-baianas-escuderia-af-parte-2.html

Link para Escuderia AF (parte 3)


ESCUDERIA AF- Caria Ribeiro
Produzido por  Mauricio de Castro Lima - Dezembro de 2012



ATUALIZAÇÕES:
Revisada em 24/01/2015
Revisada em 10/03/2016
Revisada em 13/07/2016
Revisada em 12/04/2017
Revisada em 20/03/2020


 MATERIAL UTILIZADO:
Fotografias das revistas Quatro Rodas e Autoesporte, fotografias do acervo de J,Brusell, Eduardo Ribeiro e Mauricio C. Lima.Reprodução de matéria da coluna RETROVISOR. Reprodução de texto do piloto Bird Clemente sobre Jorge Lettry.


Mensagem do Facebook
MARIO CABRAL FILHO
Estive em todas as corridas da Av. Centenário, como espectador, antes vi as corridas do Farol da Barra até a rua Airosa Galvão, onde morava e volta pela Miguel Bournier. Tenho fotos minhas das corridas da Centenário, algumas muito estragadas, mas tem foto dos Puma, do Alfa Giullia, dos fuscas da Equipe Cascão de Brasília, do BMW, enfim, tinha sei lá 14 anos não lembro agora. Continuo amante do automobilismo, nunca corri, porque nunca construíram um autódromo nesta terra, botei muitos pegas e hoje aos 60 anos uso simuladores de carro com volante Force Feedback para curtir as principais e muitas outras pistas do mundo, correndo com os melhores carros do mundo, com a física aplicada e uma imagem que beira a realidade e a condução destes veículos cada um tendo a sua física e sua potência. Me fugiu o nome agora, coisas de velho, mas é o campeonato de marcas europeu. Grande abraço.