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Mostrando postagens com marcador Puma de Lulu Geladeira. Mostrar todas as postagens
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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Jorge Lettry, Adriano Fernandes, Puma Veículos e a Scuderie AF

 


A Puma Veículos, a Scuderie AF/ Caria Ribeiro e o Puma GT Volkswagen Espartano 68 nº 0001, têm histórias que se entrelaçam, com a participação direta de muitas pessoas importantes do universo automobilístico brasileiro dos anos 60, como Adriano Fernandes, Jorge Lettry, Lulu Geladeira, Marinho, Marco Grilli, Mauricio Fainstein, Renato Caria, Nelson Taboada e Norman Casari, entre outros: 


Muito já se falou sobre este Puma da Escuderia AF, sobre sua mecânica e sobre suas façanhas, que o colocaram definitivamente nas paginas da história, não só da Puma Veículos, mas principalmente na história do automobilismo baiano e brasileiro.
A história deste Puma confunde-se com a da Escuderia AF e é exatamente isto que desejamos contar hoje!
A recém fundada Scuderie AF, (nome inicial que depois passou para Escuderia AF), tinha entre os seus idealizadores, três pilotos baianos que já atuavam nas corridas da Barra no final dos anos 50 , Adriano Fernandes, Lulu Geladeira e Nelson Taboada.
Adriano e Lulu desde 1960 já tinham uma grande amizade com Jorge Lettry e Mario Cesar Camargo Filho (Marinho), tendo Lulu já pilotado para a Vemag sob o comando Lettry, o que abriu o caminho para a futura parceria com a fábrica Puma, tornando a  AF uma espécie de equipe semi oficial de fábrica.

Adriano Fernandes e Mario Cesar Camargo (Marinho), em 1960. 

Adriano no início de 1968, na época da apresentação à imprensa especializada e início da produção e vendas do novo Puma Volkswagen, foi quem fez o lançamento oficial do mesmo em Salvador e conseguiu com os amigos Jorge Lettry e Marinho, a concessão da revenda Puma para o estado da Bahia, a qual passou em seguida para a bem estruturada revenda Volkswagen Caria Ribeiro, que já era a principal patrocinadora da Scuderie AF, da qual também fazia parte como sócio, o Sr. Renato Caria, um dos donos da Caria Ribeiro. 

A apresentação do Puma foi em uma bela festa na Associação Atlética da Bahia, localizada no bairro da Barra em Salvador e contou com a presença de boa parcela da alta sociedade soteropolitana. 
O sucesso do carro foi estrondoso sendo que o único exemplar exposto foi imediatamente vendido.

Lançamento do Puma VW em Salvador - 1968

Após este evento, Adriano foi a São Paulo com a ideia de preparar um Puma de corrida para a AF, que até aquele momento só tinha um Volkswagen preparado e necessitava de mais um bom carro para competir. Conversou com Lettry , tendo o mesmo gostado muito da ideia e sugerido utilizar uma das carrocerias já produzidas e que não tinham sido montadas, pois eram diferentes em alguns aspectos das que foram produzidas para a venda. 
A carroceria em questão era a de número 0001, ou seja, a primeira produzida e que intencionalmente ou não, veio a ser transformada no primeiro Puma Volkswagen feito exclusivamente para corridas.   


Este primeiro Puma de corridas iria estrear nos 500km da Bahia pilotado por Lulu Geladeira e Nelson Taboada, porém por motivos familiares Nelson desistiu de correr e indicou para lhe substituir, o piloto carioca Norman Casari, que junto à equipe de Lettry, já vinha realizando testes no Rio de Janeiro com o novo Puma.
Jorge Lettry e Norman Casari executaram vários testes de pista com este Puma da fotografia acima, no Rio de Janeiro.

O carro já veio da fábrica pintado na cor amarela, com a faixa preta e branca circundando o teto e laterais e correu ostentando o nº 17, que tinha sido escolhido anteriormente por ser uma combinação do nº 1 que Lulu geladeira corria na Barra com o nº 7 de Nelson Taboada. 
Um detalhe interessante e pouco conhecido do público, é que esta faixa referida acima, foi desenhada por Heráclito de Carvalho, um dos donos da revenda Caria Ribeiro e o pessoal da Puma gostou tanto, que a adotou para uso nos Pumas Espartanos de competição e nos de preparação especial para uso na rua.


Era um Puma muito especial, chassi nº1.430.111 e carroceria nº 0001-68, tinha detalhes externos únicos como os limpadores do para brisa juntos e centralizados, saia traseira curta e tampa do motor com entrada de ar, além do bocal do tanque de combustíveis saliente para abastecimento rápido em corridas.
Internamente era despojado de acabamentos, vindo dai a origem da denominação "Espartano" .
Foi o precursor da linhagem dos Espartanos de fibra mais fina que a fábrica produziria posteriormente. Consta no livro de registro da Fábrica Puma, que era amarelo e foi excepcionalmente equipado com rodas de liga leve da Scorro e motor 1600 preparado, lembrando que nessa época inicial, os carros de série saiam com motor 1500 e rodas de ferro.

O Puma 0001 em exposição após a primeira vitória em Recife.

Oficio endereçado à Secretaria da Fazenda em 9 de setembro de 1968, solicitando emissão de nota fiscal para que o Puma 0001 pudesse ser transportado para Recife, afim de participar de uma corrida no Circuito da Cidade Universitária, a qual terminou vencendo, conduzido pelas hábeis mãos de Lulu Geladeira!


O Puma 0001 em exposição no Posto do Cristo em Salvador, após vencer no Ceará a prova inaugural do Autódromo Viegílio Távora.

Apesar da conturbada estreia do carro nos 500 km da Bahia em agosto de 1968, quando foi desclassificado numa decisão polêmica, a parceria com a Puma rendeu bons frutos, tendo o Puma vencido várias corridas em 68 e 69, em Recife, Salvador e Fortaleza, incluindo ai a corrida inaugural do Autódromo Virgílio Távora.



O campeão em ação:


Primeira corrida - Circuito da Centenário - 500 Km da Bahia em 1968, (Lulu Geladeira/Norman Casari).

Primeira vitória - Circuito da Cidade Universitária no Recife, (Lulu Geladeira).

Segunda vitória - Inauguração do Autódromo Virgílio Távora no Ceará, (Lulu Geladeira).

Terceira vitória no Circuito da Centenário em Salvador, (Andre Burity).

Jorge Lettry cuidando do puma 0001, no grid de largada dos 500 Km da Bahia.
 
Marco Grilli trouxe pessoalmente as rodas Scorro mais largas para a colocar na traseira do Puma, nesta primeira participação em uma corrida.

Norman Casari dentro do Puma, antes da largada dos 500 Km da Bahia, na nota do jornal, já falava dos desentendimentos da CBA , com os pilotos cariocas, que terminou culminando com a polêmica desclassificação do Puma.


A equipe AF comemorando a vitória na inauguração do Autódromo Virgílio Távora no Ceará.
Notem assinalado na fotografia, o furo no para brisa, acontecido durante a prova.

O Puma GT Porsche Espartano 1969:

As vitórias do Puma 0001 se sucederam até a chegada do segundo Puma Espartano, que tinha inicialmente mecânica Porsche e era muito mais bem preparado para as competições, com a fibra mais fina e acrílico no lugar dos vidros, sendo por isso bem mais leve que o primeiro.

O Puma Porsche, foi o segundo Puma Espartano, já com a fibra mais fina.

Ocupou portanto o lugar de principal carro da equipe, herdando até o nº17, ficando o nº71 para o primeiro Puma, que dai para a frente não teve mais uma carreira tão brilhante pois passou a ser o segundo carro da equipe, ocupando o lugar que era do Fusca, mas mesmo assim conseguiu ainda algumas vitórias e outras boas colocações nas diversas provas em que participou!

Clique no link abaixo para ver a matéria sobre o Puma Porsche Espartano:
https://oldraces.blogspot.com/2023/07/o-puma-porsche-espartano.html

O Puma VW Espartano 1.6 carroceria número 0001 nos dias atuais:



Mauricio Castro Lima e o colecionador Sérgio Campos, o atual proprietário.


No Encontro Nacional de Águas de Lindóia em junho, quando foi premiado com o troféu Fábio Steinbruch, após uma fiel restauração para que ficasse, exatamente como era quando participou da primeira corrida em Salvador e abaixo nas fotografias da matéria de FlatOut.








oldraces.blogspot.com - m.castrolima.arq@gmail.com
Fotografias de Adriano Fernandes, Andre Burity, Mauricio Castro Lima, FlatOut, Puma Veículos, Scorro e Revista Quatro Rodas.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O embarque no Anna Nery

- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO -

O navio Anna Nery ancorado no porto.

Em janeiro de 1969 no estado do Ceará, foi inaugurado em Eusébio, próximo à capital Fortaleza, o Autódromo Virgílio Távora. 
Para a grande festa de inauguração, que foi a corrida inaugural denominada Prova Mario Andreazza, participaram carros e pilotos de vários estados do Brasil, sendo que daqui da Bahia foram inscritos na competição três carros, o Puma Volkswagen 1600 nº 17 da Scuderie AF, que seria pilotado por Lulu Geladeira, o Volkswagen 1600 nº 71 também da Scuderie AF e pilotado por André Burity e o Renault 1093 nº5 da Equipe Motophine, pilotado por Leonardo Godoi.

O Puma Espartano nº 17 da Scuderie AF, sendo embarcado no Porto de Salvador no Anna Nery, rumo à cidade de Fortaleza, de onde voltaria vitorioso.
Na fotografia em destaque, da matéria abaixo, o Renault 1093 nº5 de Leonardo Godoi esta sendo embarcado no navio.

Notícia do jornal Diário de Notícias, sobre o embarque dos carros e os problemas com a superlotação do navio, o que evidencia que a pratica do "overbooking" praticado atualmente pelas companhias aéreas, já existia naquela época.
Na fotografia abaixo estão à esquerda, o piloto Leonardo Godoi e à direita o piloto Lulu Geladeira. No centro da foto está Euvaldo Pinho (de bigode), que foi um dos pilotos baianos que mais atuaram nas corridas do Ceará.


Noticia sobre a corrida em um  jornal do Ceará, que erroneamente cita o nome de Euvaldo Pinho e Frederico Scheappi como os pilotos dos carros da Scuderie AF.

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A CORRIDA:

Na fotografia acima, à esquerda, está o Renault 1093 nº5 de Leonardo Godoi.

O piloto baiano Lulu Geladeira, pilotando o Puma Volkswagen Espartano 1600cc nº 17 da Scuderie AF, largou na pole position e liderou de ponta a ponta , vencendo a corrida de forma incontestável, sendo incomodado apenas no início da prova pelo protótipo de César Figueiredo, que terminou abandonando por quebra do motor e pela Berlineta Willys Interlagos nº 21 do piloto paulista Luiz Fernando Terra Smith, que tambem teve problemas mecânicos, sendo obrigado a entrar nos boxes e com isso perdeu várias voltas.

RESULTADO FINAL:
1º Lulu Geladeira  - Puma VW 1600 - BA
2º Ramon Cortizo - Volkswagen 1600 -  PE
3ºAntônio Ciríno  - Protótipo Italdiesel - CE
4º Armando Barbosa - DKW - CE
5º Carlos Fernandes - Simca - CE
6º Artur Vichmann  - DKW -CE
7º Leonardo Godoi -  Renault 1093 - BA
8º Luiz Fernando Terra Smith  - Willys Interlagos  - SP
9º André Burity  - Volkswagen 1600 – BA

Carros que não completaram a prova:
Neném Pimentel – Karmann Ghia - CE
Samuel Cohen  - Volkswagen 1600 - PE
Eduardo Amarilio/João Quevêdo – Simca - CE
César Figueiredo - Protótipo Italdiesel – CE
Aspecto do grid de largada antes do início da corrida.
Na largada, o Puma de Lulu Geladeira pula na frente e vence a prova de ponta a ponta.

Na foto acima da largada, vemos os três carros da Bahia, que desembarcaram juntos do navio Anna Nery, partindo em posições bem diferentes:
O Puma nº 17 esta à direita na "pole position", o Volkswagen nº 71 bem no centro da foto, ocupando a nona posição e logo atrás à esquerda o Renault 1093 nº5, na 13ª posição.
A Berlineta Willys Interlagos nº 21, pilotada pelo piloto paulista Luis Fernando Terra Smidth, fazendo a "Curva do Desespero", com o pé em baixo.

O Puma Espartano nº17, em sua brilhante jornada rumo à vitória.



Autódromo Virgílio Távora em 1969
O Autódromo Virgílio Távora como era no dia da sua inauguração.
Localização: Eusébio, Ceará, Brasil
Inauguração: 12 de janeiro de 1969

Notícia do jornal A TARDE, após a segunda vitória do Puma no Ceará, em maio de 1969.

Material utilizado: Notícias de jornais diversos, fotografias de Roberto Costa, fotografias do Automóvel Clube de Salvador.


segunda-feira, 5 de junho de 2017

Lulu Geladeira

- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -

No dia 3 de junho completaram-se dois anos do falecimento de Lulu Geladeira, que foi o piloto baiano de maior projeção no automobilismo nacional.
Lulu começou a correr no inicio dos anos 50, nas corridas que eram realizadas no circuito do Farol da Barra em Salvador, tendo participado de provas em vários estados do Brasil.
Tem em seu curriculum como seus dois maiores feitos, ter vencido a corrida de inauguração do Autódromo Virgílio Távora no Ceará e ter sido o primeiro piloto a vencer uma prova com um Puma Volkswagen.

Fotomontagem - homenagem a lulu Geladeira - produção espaço old races

sábado, 25 de junho de 2016

PUMA da AF - a caçada ao felino!

O vitorioso Puma nº 17 da Escuderia AF da Bahia, exposto no Posto do Cristo em Salvador.

Como esta história começou, eu não sei, mas lá pelo mês de abril de 2014, respondendo aos comentários aqui no Blog Old Races, conheci Leonardo Flach, o Léo Gaucho, que estava buscando informações sobre os Pumas da antiga Escuderia AF da Bahia. Ele queria saber detalhes sobre os carros, sobre o motor e principalmente sobre o paradeiro do primeiro Puma Espartano, o modelo 1968, que reconhecidamente foi o primeiro Puma VW a disputar e também o primeiro a vencer uma corrida de automóveis.

O Puma GT Volkswagen Espartano carroceria nº 0001 e chassi nº 1.430.111, com as placas do fabricante, em uma seção de fotos e filmagens, dias antes de ser entregue à Scuderie AF.

De pronto, como o faço com todos os que me procuram em busca de informações, contei a ele tudo o que sabia sobre o assunto, inclusive que o famoso carro após a dissolução da Escuderia AF em 1972, teria sido vendido para o Estado de São Paulo pelo advogado que tinha atuado no processo, o Dr. Marcelo Gomes, que era o pai do colecionador e amigo Che Gomes, o qual vinha trabalhando na preparação de uma réplica do Puma da AF. 

Leonardo se comunicou com Che Gomes, André Burity e Lulu Geladeira, que confirmaram a venda do Puma para São Paulo.   Na verdade Leonardo estava procurando as informações para ajudar ao Felipe Nicoliello, na tentativa de localização do carro e/ou da pessoa que o havia adquirido.

Felipe Nicoliello para quem não conhece, é o editor do excelente Puma Classic e uma das pessoas que tem mais conhecimentos sobre a marca Puma e toda a sua apaixonante história na indústria automobilística e no automobilismo esportivo brasileiro.

 Nestes dois anos que se seguiram eu ainda ajudei o Che na preparação da réplica do Puma da AF, mas com relação à procura pelo veículo original, dei o assunto por encerrado.

Conforme e-mail que recebi do Felipe, ele e seus colaboradores, baseados nas informações que conseguiram com a ajuda dos registros da Puma Veículos e ainda de acordo com a data que o carro foi vendido para a Escuderia AF, chegaram a um numero de chassi que provavelmente teria sido o dele e consequentemente ao numero da carroceria que o chassi em questão teria recebido. 

Isto feito, conseguiram localizar um Puma que tinha aquela determinada numeração de chassi, (nº 1.430.111) e portava em sua carroceria o correspondente nº001, o que os fez chegarem à conclusão que o mesmo seria o histórico veículo que tanto procurávamos.  

Ainda faltava porém uma prova documental que comprovasse, mas mesmo assim o carro foi adquirido do antigo proprietário que não tinha a menor ideia do que poderia ter em mãos....

Em 2015  Felipe Nicoliello já relatava o fato da descoberta do possível Puma da Escuderia AF, em uma matéria intitulada "Especial Puma Volume I" para a revista Fusca & Cia.

Na semana passada porém, me chegou às mãos um documento original da Equipe AF que é altamente esclarecedor sobre a numeração de chassi e motor do primeiro Puma Espartano, procurei então o Leonardo e o informei, tendo o mesmo se comunicado com Felipe e a informação já foi passada ao Sérgio Campos que é o atual proprietário do automóvel.

O DOCUMENTO

É um oficio endereçado à fiscalização do Estado da Bahia, pedindo a emissão de uma nota fiscal avulsa para o Puma ser transportado para o Estado de Pernambuco onde o mesmo participaria de uma corrida, que de fato veio a ganhar, conduzido pelas hábeis mãos de Lulu Geladeira. 

Na correspondência além de ter confirmado o nº 1.430.111 do chassi e BH 54.703 do motor, está inclusa ainda referencia a sete rodas com pneus, dois tambores de gasolina e ferramentas diversas que acompanhariam o veículo. O documento esta assinado pelo ex piloto e sócio da Escuderia AF, Mauricio Fainstein, em nome do qual o carro havia sido faturado pela fábrica.

Uma observação interessante é que este Puma, enquanto esteve em poder da equipe AF, nunca foi licenciado pelo DETRAN, ele saiu da fabrica rodando, com uma licença especial e veio para a Bahia conduzido por Mauricio Fainstein.

A fera finalmente foi encontrada!

Deixo aqui os meus parabéns ao Felipe Nicoliello, ao Leonardo, ao Sérgio e a todos os que ajudaram nesta difícil tarefa de localização deste carro tão valioso para as memórias do automobilismo da Bahia e também do automobilismo brasileiro.


MAURICIO CASTRO LIMA

24 de junho de 2016

Fotografias: Puma Classic e Eduardo Ribeiro

oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Primeiro PUMA ESPARTANO - Homenagem ao campeão!


- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -



O Puma na entrada da revenda Caria Ribeiro em Salvador - escudo comemorativo do 1º ano da Escuderia AF - escudo da Escuderia AF - Propaganda Caria Ribeiro revenda Puma



Muito já se falou sobre este Puma da Escuderia AF, sobre sua mecânica e sobre suas façanhas que o colocaram definitivamente nas paginas da história, não só da Puma Veículos, mas principalmente na história do automobilismo baiano e brasileiro.
A história deste Puma confunde-se com a da Escuderia AF e é exatamente isto que desejamos contar hoje!
A recém fundada Escuderia AF, tinha entre os seus idealizadores, três pilotos baianos que já atuavam nas corridas da Barra desde o inicio dos anos 60 , Adriano Fernandes, Lulu Geladeira e Nelson Taboada.
Adriano e Lulu em 1960 já cultivavam uma amizade com Jorge Lettry, tendo  Lulu já pilotado para a Vemag sob o comando Lettry, o que abriu o caminho para a futura parceria com a fábrica Puma, tornando a Escuderia AF uma espécie de equipe semi oficial da fábrica.
Este primeiro Puma de corrida iria estrear nos 500km da Bahia pilotado por Lulu Geladeira e Nelson Taboada, porém por motivos familiares Nelson desistiu de correr e indicou para lhe substituir, o piloto carioca Norman Casari.
O carro já veio da fábrica pintado na cor amarela e ostentando o nº 17, que tinha sido escolhido anteriormente por ser uma combinação do nº1 que Lulu geladeira corria na Barra com o nº 7 de Nelson Taboada, era um Puma muito especial, chassi nº1.430.111 e carroceria nº001-68, tinha detalhes externos únicos como os limpadores do para brisa juntos e centralizados, saia traseira curta e tampa do motor com entrada de ar, além do bocal do tanque de combustíveis saliente para abastecimento rápido em corridas.
Internamente era despojado de acabamentos, vindo dai a origem da denominação "Espartano" .
Foi o precursor da linhagem dos Espartanos de fibra mais fina que a fábrica produziria posteriormente.

Apesar da conturbada estreia do carro nos 500 km da Bahia em 1968, quando foi desclassificado numa decisão polêmica, a parceria com a Puma rendeu bons frutos, tendo o Puma vencido várias corridas em 68 e 69,em Recife, Salvador e Fortaleza, incluindo ai a corrida inaugural do Autódromo Virgílio Tavora.

 O campeão em ação:


Primeira corrida - Circuito da Centenário - 500 Km da Bahia em 1968, (Lulu Geladeira/Norman Casari).

Primeira vitória - Circuito da Cidade Universitária no Recife, (Lulu Geladeira).

Segunda vitória - Inauguração do Autódromo Virgílio Tavora no Ceará, (Lulu Geladeira).

Terceira vitória - Circuito da Centenário em Salvador, (André Burity).

As vitórias se sucederam até a chegada do segundo Puma Espartano que tinha inicialmente mecânica Porsche e era muito mais bem preparado para as competições, com a fibra mais fina e acrílico no lugar dos vidros, sendo por isso bem mais leve que o primeiro.
O Puma Porsche, foi o segundo Puma Espartano, já com a fibra mais fina.

Ocupou portanto o lugar de principal carro da equipe, herdando até o nº17 e ficou o nº71 para o primeiro Puma que dai para a frente não teve mais uma carreira tão brilhante mas mesmo assim ainda conseguiu ainda algumas vitórias e outras boas colocações nas diversas provas em que participou.


oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com