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domingo, 17 de setembro de 2017

Fusca de corridas dos anos 60/70

Volkswagen 1900cc da Equipe Irmãos Curvello VW.

 Em 1968 com a chegada dos motores Volkswagen 1600 e 1700 que tinham o cabeçote com dupla entrada, a mecânica VW passou a ser amplamente utilizada nas pistas de competições brasileiras, pois permitiam a utilização dos modernos carburadores de duplo corpo importados, tipo Dellorto, Solex e Weber, que adicionados a varias outras peças preparadas para alta performance, vieram contribuir para que os motores tivessem cilindradas de até 2200 cc e potência bastante elevada.
Com isso, os fuscas preparados para corridas, com o peso bem aliviado, passaram a ser bastante competitivos.   
Nos esquemas gráficos abaixo, pode-se ter uma ideia de como eram as alterações feitas em um Fusca, para corridas daquela época.
O carro mostrado na matéria era originalmente um Volkswagen Sedan 1300 1967, pertenceu à família Pitta Lima e foi o primeiro 1300 de Salvador, tendo sido adquirido na revenda VW Autobasa.


Principais alterações na carroceria e chassi:



Capo dianteiro, tampa do motor e para lamas, em fibra de vidro, recortados e com novo desenho.

Portas em fibra de vidro, sem mecanismo para levantar os vidros nem painéis.

Interior despojado sem forração alguma.

Retirada de todos os frisos, para choques, estribos, pisca, tampa de porta luvas, etc.

Retirada de toda a fiação excedente.
Colocação de barra protetora ante capotamento (Santo Antônio), fixadas ao chassi.
Retirada de todos os botões e relógios do painel exceto o das luzes e limpador de para brisa.
Colocação de novos instrumentos e botões de acordo com o seguinte:
     -Velocímetro até 200 km/h
     -Conta giros até 8.000 rpm
     -Medidor de pressão do óleo.
     -Medidor de temperatura do óleo
     -Amperímetro.
     -Botão para ignição.
     -Interruptor para cortar corrente geral.
     -Interruptor para cortar corrente da ignição, (para        resfriamento do óleo durante as corridas).
     -Interruptor para bateria auxiliar.
Abertura de entradas de ar laterais, com utilização de mangueiras para levar o fluxo de ar diretamente às aletas de refrigeração das camisas dos cilindros.
Substituição de todos os vidros por acrílico, exceto o para brisa.
Volante da marca F1 com menor diâmetro.
Banco de competição tipo concha com cinto de segurança abdominal.



 Principais especificações técnicas:

MOTOR e CAMBIO:

Motor Volkswagen boxer 4 cilindros a ar, bloco forjado e trabalhado internamente.
Cilindrada 1950 cc –(Kit cilindros/anéis/pistões de 92 mm).
Eixo virabrequim roletado 78,4 mm.
Comando de válvulas P3 (Puma), com polia regulável (quando a refrigeração era por meio de ventoinha).
Cabeçotes com dupla entrada trabalhados internamente e polidos, com válvulas, sedes e molas de 40 mm.
Carburação Weber 48 IDH trabalhada e polida internamente
Coletores de admissão polidos internamente.
Volante do motor aliviado e balanceado
Bomba de óleo dupla M8, carter seco, com radiador e reservatório para 17 litros.
Taxa de compressão – 11,5:1
Potencia estimada – 150 HP
Combustível – gasolina azul de alta octanagem, misturada com gasolina de aviação (verde).
Cambio nº. 2 (Puma), com diferencial longo, 8:31).
Escapamento direto, 4x1 em tubos de 2 polegadas , dimensionado, com ponteira final em tubo de 3 polegadas.

FREIOS, SUSPENSÃO e RODAS:

Freios a disco na dianteira e tambor com lonas reforçadas na traseira.
Suspensão dianteira trabalhada e rebaixada (Kit Puma regulável), com estabilizador especial.
Suspensão traseira rebaixada com cambagem negativa e estabilizador especial.
Rodas traseiras – 14 x 10 polegadas
Rodas dianteiras – 13 x 7 polegadas
Pneus-- dianteiros Pirelli Cinturato 195 x 13 R 70 nacionais
 Traseiros -- Pirelli  245 x 14 R 60  importados

OUTRAS INFORMAÇÕES:
Após alterações de carroceria e chassi, peso de aproximadamente 610 Kg.
Velocidade final em torno de 210 km/h, (com diferencial longo).
Refrigeração direta sobre os cilindros, com captação de ar nas laterais do carro.
Sistema elétrico 12 volts, sem gerador, e bateria de 65 amp (para provas de longa duração era usada uma bateria reserva com chave seletora e circuito independente para ser acionada com o carro em movimento).
Tanque de combustível com capacidade para 60 litros e bocal de abastecimento rápido com 4 polegadas de diâmetro.


Abaixo os cortes esquemáticos do carro, onde são visualizadas as principais modificações e principalmente o fluxo de ar para a refrigeração direta do motor, com a eliminação da ventoinha e gerador (fig.1).


O Fusca 4 em atividade na pista da Avenida do Centenário em Salvador Bahia, no ano de 1970.




MATÉRIA ATUALIZADA E CORRIGIDA EM 22/06/2021.

Material utilizado: Fotografias e desenhos esquemáticos do acervo de Mauricio Castro Lima, Texto Old Races,



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Corrigindo uma injustiça!!!



Após a proibição e o termino das corridas de rua em Salvador, no ano de 1972, criou-se a ideia de que as corridas haviam sido proibidas pelo então governador da Bahia, o já falecido Antônio Carlos Magalhães. Diversas versões para o fato eram contadas, que o governador estava indo à praia em um domingo de corridas e devido à interdição da pista da Centenário, o mesmo ficou retido em um engarrafamento e por este motivo resolveu proibir as corridas, outra versão falava de uma suposta briga do mesmo ACM com o coronel Aurélio Gonçalves que era o presidente da Federação Bahiana de Automobilismo, outras davam conta que o governador não gostava de automobilismo e por isso resolveu proibir e por ai vai, eram muitas versões fantasiosas para o mesmo acontecimento!

Na verdade o que aconteceu foi uma proibição das corridas de rua em todo o país devido ao grande numero de acidentes e invasões de pista o que vinha pondo em risco a segurança dos pilotos e do público.
De quem partiu a iniciativa, se do Governo Federal ou da Confederação Brasileira de Automobilismo, não sei dizer, mas o fato é que os governos dos estados apenas cumpriram o que já havia sido determinado.


 Torneio Norte Nordeste de 1972 em Salvador - A última corrida de rua do Brasil nos anos 70.

A maioria dos historiadores do nosso automobilismo aceita como verdadeira a afirmação de que a última corrida de rua do Brasil naquela época, foi aqui em Salvador no ano de 1972.
Seguindo esta linha de raciocínio constatamos então que o Governo da Bahia foi um dos últimos a acatar a decisão federal, o que prova que não houve iniciativa alguma de ACM para prejudicar o automobilismo.
Na verdade, Antonio Carlos Magalhães sempre prestigiou os eventos automobilísticos, como podemos ver pelas fotografias abaixo.

 O governador da Bahia Luiz Vianna Filho e o então prefeito de Salvador Antônio Carlos Magalhães, prestigiando a largada dos 500 Km da Bahia em 1969.


Da direita para a esquerda, Antônio Carlos Magalhães, Adriano Fernandes, Eduardo Gomes Ribeiro, Lulu Geladeira e José Luis Bastos. 

 Antônio Carlos Magalhães prestigiando o cocktail comemorativo do segundo ano da Escuderia AF.


Fotografias de: Eduardo Ribeiro, Adriano Fernandes, John Brusell, André Burity, Mauricio Castro Lima e revista Quatro Rodas.