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sexta-feira, 12 de junho de 2020

OPALA 250 S




Falar do lendário motor 250 S do Chevrolet Opala, que inspira paixões e move uma legião de fãs desde o seu lançamento até os dias atuais, não é uma tarefa fácil, principalmente pelas dificuldades em encontrar uma literatura específica e também devido a uma enorme quantidade de informações erradas e/ou desencontradas sobre o assunto, disponíveis na Internet.
O fato deste motor ter tido três versões com desempenhos diferentes e posteriormente a fábrica ter dado continuidade ao nome 250S, em motores de mais baixo desempenho, vem a se tornar mais um complicador em toda a história! Acrescente-se a tudo isto, testes e informações técnicas com dados de potência e torque seguindo normas diferentes como SAE e DIN. 
Modéstia à parte, não é assunto para leigos, por isso vamos colocar a matéria resumida para facilitar a compreensão dos menos entendidos, vamos lá:


Como muitos já devem saber, o 250 S não era um novo motor e sim uma melhora, evolução, releitura, versão envenenada ou como queiram chamar, do já existente motor 250 (de 4100 cc), que vinha equipando a linha Opala em substituição ao antigo motor 230 (de 3800 cc). 
A ideia (e necessidade) de produção deste motor surgiu do fato de que os Opalas 4100 normais, com menos potencia, vinham tomando uma surra dos Ford Maverick V8 nas pistas de corrida em todo o Brasil.

O primeiro motor 250 S ficou pronto em novembro de 1973 e os quatro primeiros produzidos foram vendidos a pilotos e equipes de corridas, entre eles Bob Sharp, Jan Balder e a revenda Chevrolet Itacolomy. 



 O Opala de competições da Itacolomy equipado com o motor 250S MC com potência líquida de 156 HP DIN, (180 SAE) e 26 Mkg de torque liquido, quando foi testado pela revista Quatro Rodas.( teste comparativo com o Maverick Quadrijet)



Wilson Fittipaldi e o Opala da Itacolomy, vencedores das 25 Horas de Interlagos

Os motores já estrearam ganhando, o que gerou protestos da Ford e uma enorme guerra no tapetão. Para homologar os motores de maneira que pudessem continuar a correr, a GM teve que equipar com o novo motor, alguns Opalas que foram vendidos sob encomenda no sistema SO (Standard Option), pelas revendas Chevrolet pelo Brasil a fora.
Estes primeiros Opalas 250S MC, devido a uma taxa de compressão elevada (9:1) só rodavam com gasolina azul de alta octanagem, o que de certa maneira limitava um pouco o seu uso principalmente em viagens ao interior dai que a fabrica oferecia também outras duas versões com taxas de compressão de 8,5:1 e de 8:1.
O bloco, o cabeçote, o virabrequim e as bielas eram os mesmos do 4100 normal, porém os pistões foram modificados no formato das cabeças, gerando ai a diferença nas três taxas de compressão, sendo o de taxa 9:1 de cabeça chata. 
O eixo comando de válvulas também foi modificado, tendo os perfis similares ao eixo do motor 292 do caminhão GM, que tem uma maior abertura das válvulas, fazendo o motor "respirar" melhor. Do motor 292  herdou também os tuchos mecânicos e do motor 151S vieram as molas das válvulas, bem como o carburador ( com outra calibragem), o volante do motor  com cerca de 3 kg mais leve e a hélice do ventilador de 4 pás em substituição à de 6 pás original. Para aguentar um tamanho aumento de potência, a embreagem também teve o platô reforçado com molas de maior carga


O motor 250-S foi um item opcional da linha Opala de 1974 a 1988 podendo ser instalado em qualquer modelo da linha. A diferença no retrabalho dos pistões para se obter taxas de compressão maiores, 9:1 (cabeça chata), 8,5:1 e 8:1, como dito acima, possibilitava as três versões de potência e torque, dai a existência de testes, manuais, listas de peças e reportagens diversas citando dados tão conflitantes para um único suposto motor. 
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RESUMO - Motores 250 S  *
Motor -Taxa de compressão - Potência Bruta (SAE) -  Potência Líquida (DIN)  
Nº 1 -             9:1                                              180 HP             156 HP 
Nº 2-              8,5:1                         ( 176 CV ) 173 HP             153 HP
Nº 3 -             8:1                            ( 171 CV ) 169 HP             147 HP  

* Valores estimados baseados em pesquisas e testes publicados.

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Pelos nossos registros, os primeiros motores de competição e de rua disponibilizados foram os de taxas 9:1 e 8,5:1, sendo que posteriormente também passaram a disponibilizar para as revendas os de taxa 8:1, provavelmente devido às dificuldades com a gasolina, pois o de taxa 8,5:1 (eu tive um 76 equipado com este motor), não aceitava bem a gasolina comum!
Como o motor de tuchos mecânicos era muito barulhento a fábrica após algum tempo voltou a usar os tuchos hidráulicos o que descaracterizou completamente o motor, porém mantiveram a mesma denominação de 250 S, o que veio contribuir mais ainda para aumentar a confusão que se estabeleceu em torno do assunto.

O  motor 250 S , na cor vermelho alaranjado, tinha após a numeração, as letras MC fundidas no bloco. 



A partir de 1976 o motor 250 S passou a ser item de série para o Opala SS 6, porém já com  taxas de compressão mais baixa (7,8:1) e consequentemente menor desempenho.



Como a desinformação na internet e as dúvidas também são grandes, fica aqui uma informação importante:

Como visto acima na matéria, após a produção dos primeiros motores 250 S (com as letras MC gravadas no bloco), que eram para competições e também vendidos sob encomenda para uso nas ruas, durante o período de 1973 a 1978, sendo que depois desse período, a GM deu continuidade à produção de motores que também foram denominados 250S, mas com taxa de compressão mais baixa, menos potencia e características diferentes dos originais, inclusive voltando a adotar os tuchos hidráulicos. 
Conclui-se pois que os raros blocos de motor que ostentam as letras MC, pertencem ou pertenceram aos Opalas 250 S originais daquele período específico, o que não inclui aí os que vieram posteriormente com tuchos hidráulicos, nem os que foram "mecanizados".
Existem duas versões para o significado das letras MC,  Motor de Competição e  MC da palavra Mecânico, em uma referencia ao uso dos tuchos mecânicos.
Com relação à cor, (outra duvida que sempre aparece constantemente), até 1978 os motores 250 S eram de cor vermelho alaranjado, a mesma cor dos motores 250, os 4100 normais e não da cor verde ou azul, como muitos afirmam por aí…

O nosso Opala 250 S  modelo 1976, da Equipe Tratocar Chevrolet de Rallye.

Opala 250 S nos boxes do Autódromo Virgilio Távora no Ceará. Na fotografia aparece ao fundo o piloto Otávio Cravo e Arthur Barros.
O Opala 250 S MC original tinha essa inscrição " 250 S" na traseira, em letras metálicas cromadas, no lado esquerdo entre a lanterna e o bocal do tanque de combustível.

Matérias e Notícias:


Teste revista Quatro Rodas

Estado de São Paulo 09/06/1974

Propaganda GM


Texto de Bob Sharp.


Matéria originalmente publicada aqui no Blog Old Races em 22/10/2016, sob o título de "Opala 48 anos - o poderoso 250 S", corrigida e atualizada.
Reprodução de texto do piloto Bob Sharp, matéria do jornal Estado de São Paulo, teste da Revista Quatro Rodas. Fotografias da Revista Quatro Rodas e acervo Mauricio Castro Lima e Arthur Barros.

oldraces.blogspot.com  m.castrolima.arq@gmail.com 


sábado, 14 de julho de 2018

Opala 1968, existe?


Uma dúvida constante e polêmica entre os antigo mobilistas é sobre a existência do Opala modelo 1968, alguns afirmando que existiu e outros negando a sua existência, mas será que ele existiu mesmo?
Vejamos bem, o Opala foi lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em novembro de 1968, já como modelo 1969, conforme atestam as  propagandas do seu lançamento, inclusive a primeira veiculada na imprensa, que foi a da foto abaixo, como também em todas as demais propagandas da época os Opalas aparecem sempre como "1969", o que obviamente não deixa margem a dúvidas.

Pelo que sabemos alguns Opalas, cerca de 300 unidades foram produzidas no ano de 1968, são Opalas ano de FABRICAÇÃO 1968 mas MODELO 1969, logo não existe nenhum Opala 1968/1968.



 Outra duvida sempre levantada é referente à cor do motor de 6 cilindros, que nas primeiras propagandas aparece pintado na cor azul, conforme as fotografias abaixo:





Pelo que podemos atestar, como testemunha ocular do fato, pelo menos um dos Opala que foram fabricados no ano de 1968 tinha o motor pintado na cor vermelha (ver depoimento no quadro abaixo), o que nos faz supor que nas demais unidades postas à venda o motor também seria vermelho e que a pintura do motor 3800 na cor azul, foi para efeito meramente promocional e não aplicado à linha de montagem. 

 O Opala no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968.

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 DEPOIMENTO:

O Opala da fotografia acima, que provavelmente foi o primeiro a chegar em terras baianas, foi adquirido por meu pai, Alberto de Castro Lima, em São Paulo, no mês de Dezembro de 1968. O carro foi comprado com a intermediação do Dr. Angelo Martinelle Bonomi, que era na época muito influente nos meios automobilísticos e um dos três grandes colecionadores de automóveis antigos do Brasil, cuja ajuda se fez necessária devido ao imenso sucesso e grande procura que o carro causou no mercado automobilístico do país e devido também à existência poucas unidades disponíveis para venda.
Era um Opala luxo 68/modelo 1969 na cor azul astral, com estofamento mono cromático azul e motor 6 cilindros de 3800 cc, pintado na cor vermelha (carro igual ao das fotografias abaixo).
Coube a mim a agradável tarefa de traze-lo para Salvador nos primeiros dias de janeiro de 1969.




Por: Mauricio Castro Lima
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Fotografias de propagandas antigas da GM, texto de Old Races, fotografia de Mauricio Castro lima.

sábado, 22 de outubro de 2016

OPALA 48 anos - O poderoso 250 S




Falar do lendário motor 250 S do Chevrolet Opala, que inspira paixões e move uma legião de fãs desde o seu lançamento até os dias atuais, não é uma tarefa fácil, principalmente pelas dificuldades em encontrar uma literatura específica e também devido a uma enorme quantidade de informações erradas e/ou desencontradas sobre o assunto, disponíveis na Internet.
O fato deste motor ter tido três versões com desempenhos diferentes e posteriormente a fábrica ter dado continuidade ao nome 250S, em motores de mais baixo desempenho, vem a se tornar mais um complicador em toda a história! Acrescente-se a tudo isto, testes e informações técnicas com dados de potência e torque seguindo normas diferentes como SAE e DIN. 
Modéstia à parte, não é assunto para leigos, por isso vamos colocar a matéria resumida para facilitar a compreensão dos menos entendidos, vamos lá:

Como muitos já devem saber, o 250 S não era um novo motor e sim uma melhora, evolução, releitura, versão envenenada ou como queiram chamar, do já existente motor 250 (de 4100 cc), que vinha equipando a linha Opala em substituição ao antigo motor 230 (de 3800 cc). 
A ideia (e necessidade) de produção deste motor surgiu do fato de que os Opalas 4100 normais, com menos potencia, vinham tomando uma surra dos Ford Maverick V8 nas pistas de corrida em todo o Brasil.

O primeiro motor 250 S ficou pronto em novembro de 1973 e os quatro primeiros produzidos foram vendidos a pilotos e equipes de corridas, entre eles Bob Sharp, Jan Balder e a revenda Chevrolet Itacolomy. 



 O Opala de competições da Itacolomy equipado com o motor 250S MC com potência líquida de 156 HP DIN, (180 SAE) e 26 Mkg de torque liquido, quando foi testado pela revista Quatro Rodas.( teste comparativo com o Maverick Quadrijet).



Wilson Fittipaldi e o Opala da Itacolomy, vencedores das 25 Horas de Interlagos.

Os motores já estrearam ganhando, o que gerou protestos da Ford e uma enorme guerra no tapetão. Para homologar os motores de maneira que pudessem continuar a correr, a GM teve que equipar com o novo motor, alguns Opalas que foram vendidos sob encomenda no sistema SO (Standard Option), pelas revendas Chevrolet pelo Brasil a fora.
Estes primeiros Opalas 250S MC, devido a uma taxa de compressão elevada (9:1) só rodavam com gasolina azul de alta octanagem, o que de certa maneira limitava um pouco o seu uso principalmente em viagens ao interior dai que a fabrica oferecia também outras duas versões com taxas de compressão de 8,5:1 e de 8:1.
O bloco, o cabeçote, o virabrequim e as bielas eram os mesmos do 4100 normal, porém os pistões foram modificados no formato das cabeças, gerando ai a diferença nas três taxas de compressão, sendo o de taxa 9:1 de cabeça chata. 
O eixo comando de válvulas também foi modificado, tendo os perfis similares ao eixo do motor 292 do caminhão GM, que tem uma maior abertura das válvulas, fazendo o motor "respirar" melhor. Do motor 292  herdou também os tuchos mecânicos e do motor 151S vieram as molas das válvulas, bem como o carburador ( com outra calibragem), o volante do motor  com cerca de 3 kg mais leve e a hélice do ventilador de 4 pás em substituição à de 6 pás original. Para aguentar um tamanho aumento de potência, a embreagem também teve o platô reforçado com molas de maior carga


O motor 250-S foi um item opcional da linha Opala de 1974 a 1988 podendo ser instalado em qualquer modelo da linha. A diferença no retrabalho dos pistões para se obter taxas de compressão maiores, 9:1 (cabeça chata), 8,5:1 e 8:1, como dito acima, possibilitava as três versões de potência e torque, dai a existência de testes, manuais, listas de peças e reportagens diversas citando dados tão conflitantes para um único suposto motor. 
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RESUMO - Motores 250 S  *
Motor -Taxa de compressão - Potência Bruta (SAE) -  Potência Líquida (DIN)  
Nº 1 -             9:1                                              180 HP             156 HP 
Nº 2-              8,5:1                         ( 176 CV ) 173 HP             153 HP
Nº 3 -             8:1                            ( 171 CV ) 169 HP             147 HP  

* Valores estimados baseados em pesquisas e testes publicados.

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Pelos nossos registros, os primeiros motores de competição e de rua disponibilizados foram os de taxas 9:1 e 8,5:1  pelo menos até 1974, dai em diante (não é claro a data exata da mudança), passaram a disponibilizar para as revendas também os de taxa 8:1, provavelmente devido às dificuldades com a gasolina, pois o de taxa 8,5:1 (eu tive um 76 equipado com este motor), não aceitava bem a gasolina comum!
Como o motor de tuchos mecânicos era barulhento a fábrica após algum tempo voltou a usar os tuchos hidráulicos o que descaracterizou completamente o motor, porém mantiveram a denominação 250 S, o que veio contribuir para aumentar a confusão que se estabeleceu em torno do assunto.

O  motor 250 S , na cor vermelho alaranjado, tinha após a numeração, as letras MC fundidas no bloco. 

O nosso Opala 250 S versão 2 modelo 1976, da Equipe Tratocar Chevrolet de Rallye.

Opala 250 S nos boxes do Autódromo Virgilio Távora no Ceará. Na fotografia aparece ao fundo o piloto Otávio Cravo e Arthur Barros.

Matérias e Notícias:

Teste revista Quatro Rodas


Estado de São Paulo 09/06/1974

Propaganda GM

Texto de Bob Sharp



Reprodução de texto do piloto Bob Sharp, matéria do jornal Estado de São Paulo, teste da Revista Quatro Rodas. Fotografias da Revista Quatro Rodas e acervo Mauricio Castro Lima.

oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com